Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 13/08/2014

Categoria

NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS - Investimento estrangeiro sobe 147% no Brasil

No Ceará, os investimentos externos estão concentrados nos setores de alimentos e produtos farmacêuticos

Nos últimos cinco anos, a economia brasileira ampliou em 147% o volume de Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) atraídos ao País. Dados da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) indicam que, em 2009, o País ocupava a décima segunda posição no ranking dos países que mais receberam fluxos de IDE no mundo, com a entrada de US$ 25,9 bilhões. Em 2013, porém, o Brasil passou a ocupar a quinta posição, atrás somente de Estados Unidos, China, Rússia e Hong Kong, com ingressos da ordem de US$ 64 bilhões.

Para o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima, que participou, ontem, na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), do seminário "Atração de Investimentos para a Indústria Brasileira - contexto e relevância do setor privado" promovido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), embora a origem do estoque de IDE ainda seja dominado por países desenvolvidos, a tendência é de crescimento da participação de países em desenvolvimento como origem das entradas de IDE.

No Brasil, conforme Lima, entre 14 de janeiro a 14 de junho, 66,5% dos ingressos de IDE foram destinados ao setor de serviços, 24,7% foram aplicados na indústria e apenas 8,4% do fluxo de IDE no País foram injetados no setor primário. Já a participação no estoque de IDE no Brasil, em 2013, 48,4% coube ao setor terciário, 30,8% ao secundário e 20,2% ao primário.

Considerando levantamento da Sobeet sobre a participação no IDE da indústria brasileira em 2010, a concentração do estoque de IDE no Ceará, segundo Luis Afonso Lima, está nos setores de alimentos, produtos farmacêuticos e produtos químicos. Mas ele chama a atenção para o potencial de atração de investimentos em novos setores, como bebidas, vestuário, couros e calçados e produtos têxteis.

Relevância

Para o diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, é indiscutível a importância da atração de investimentos estrangeiros para o Brasil. "A vinda de investimentos estrangeiros traz novos empregos, tecnologias mais avançadas e é capaz de mudar a forma de gestão, contribuindo para a melhoria de competitividade das empresas", diz.

Segundo ele, para estimular e ampliar a atração de investimentos estrangeiros para a indústria nacional, a CNI decidiu aproveitar o braço internacional existente nas federações de indústria do País. "Temos 27 unidades do CIN no País, sendo 26 em diferentes estados e uma no Distrito Federal. Então faltava capacitar essas equipes para fazer também a atração de investimentos estrangeiros", afirma.

Conforme Abijaodi, "quando o investidor chega no Brasil, muitas vezes não sabe a quem se dirigir. Queremos proporcionar um ambiente com informações básicas, com pessoas que conduzam o investidor aos órgãos necessários, orientando sobre o perfil dos estados, sobre tributos", explica. O diretor da CNI garante, porém, que não pretende concorrer com as agências de desenvolvimento do País.

Ângela Cavalcante - Repórter

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)