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Publicado em: 25/06/2014

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RETRAÇÃO NO QUADRIMESTRE - Indústria do CE perde força na fatia do PIB

A participação da indústria na economia do Estado recuou para 22%, o menor indicador desde 2003

Após um ano de crescimento satisfatório, a indústria cearense enfrenta um período de dificuldades e retração, perdendo espaço na economia. De acordo com o Panorama Industrial, divulgado ontem pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a produção industrial física do Estado, em abril deste ano, caiu 4,5% em relação a igual período de 2013, e a participação do setor na economia cearense atingiu a marca de 22%, o menor índice desde 2003.

A queda da produção é observada também no acumulado do 1º quadrimestre (de janeiro a abril) deste ano, com redução de 0,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Dentre os segmentos da indústria, a extrativa mineral caiu 19,9% no 1º trimestre de 2014 em relação ao ano passado, mas é a de transformação a mais prejudicada pela retração do setor, segundo a avaliação do economista do Indi, Guilherme Muchale. "A dificuldade da indústria da transformação em crescer em um bom ritmo é devido ao Custo Brasil, à carga tributária excessiva, ao fato de sermos um País extremamente burocrático e termos infraestrutura muito ruim. Isso onera o preço do industrial e facilita a vinda do importado", explica Muchale, frisando o alto índice de penetração de importados no Brasil.

Atividades

As maiores reduções de produção no acumulado de janeiro a abril foram na atividade têxtil (-20,6%) e produtos químicos (-18,6%), enquanto os setores de petróleo, derivados e álcool (18,6%) e vestuário (14%) conseguiram avançar no período.

Projeção até o fim do ano

Considerando o ritmo de crescimento levado pelo País até agora, Muchale projeta que a redução da participação da indústria na economia é um fenômeno que deve continuar ocorrendo. "A indústria deve crescer a taxas inferiores à economia, o crescimento que a gente via antes, de até 3%, vai ficar mais complicado", alerta o especialista.

Para reverter a situação, o economista aposta na redução da carga tributária e da burocracia e nos investimentos em educação e tecnologia para melhorar a produtividade do trabalhador.

O Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede) avalia, entretanto, através de nota da assessoria de imprensa, que a indústria cearense cresce o dobro da média da taxa brasileira (1,7% contra 0,8%), contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado se mantenha acima da média do País. Ainda conforme o Cede, dos 14 estados pesquisados pelo Indi, 11 tiveram retração no comparativo de abril de 2013 e 2014, e "seis destes tiveram desempenho pior que o Ceará".

 

Repórter: Jéssica Colaço

Fonte: Jornal Diário do Nordeste