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Publicado em: 03/07/2014

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PRESSÃO DO SETOR FINANCEIRO - Bolsa em queda à espera de pesquisa

Os estudos analisando o cenário eleitoral no Brasil já estão influenciando o movimento na Bolsa

São Paulo. Depois de dois dias no zero a zero, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (2) em queda, com investidores digerindo dados negativos da indústria brasileira enquanto aguardam por nova pesquisa eleitoral e o indicador oficial do mercado de trabalho americano. O Ibovespa perdeu 0,27%, para 53.028 pontos. O índice foi pressionado principalmente por papéis do setor financeiro, como Itaú Unibanco (-1,62%) e os preferenciais - sem direito a voto - do Bradesco (-0,31%). "O resultado da indústria põe o mercado em alerta, apesar de o fraco desempenho ter ficado em linha com as projeções", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho. "É importante ressaltar que em junho a indústria teve uma série de paralisações por causa da Copa do Mundo, o que deve pressionar o segmento novamente", acrescenta.

Após a queda de 0,5% na produção em abril, a produção do setor industrial no Brasil manteve a tendência e recuou 0,6% em maio, na comparação livre de efeitos típicos de cada período.

Pesquisa

Segundo analistas, o mercado operou na expectativa pela divulgação de novo levantamento Datafolha sobre a eleição eleitoral de outubro, previsto para esta semana, segundo o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "Há um clima de incerteza sobre essa pesquisa. A Dilma Rousseff (PT) perdeu vários pontos nos levantamentos anteriores, mas a Copa tem sido um sucesso, e a série esperada de protestos contra os gastos excessivos do governo para o Mundial não aconteceu", diz Hegedus.

As ações de estatais têm apresentado ganhos frequentes com a perda de espaço da presidente Dilma na corrida pelo Planalto - desde que começaram a ser divulgadas pesquisas relevantes de intenção de voto, em março - e diante da possibilidade de um novo governo.

Dólar

Na cena internacional, as contratações bem acima do esperado pelo setor privado dos Estados Unidos em junho elevaram as expectativas dos investidores pelo relatório de emprego oficial do país. O receio é que um fortalecimento do mercado de trabalho naquele país colabore para a antecipação do aumento dos juros americanos, o que causaria a fuga de investimentos estrangeiros dos mercados emergentes para os EUA.

Além de pressionar a Bolsa brasileira, a cautela com a possível fuga de estrangeiros dos emergentes também pressionou o câmbio. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou a quarta-feira em alta de 0,67% sobre o real, cotado em R$ 2,218 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,86%, para R$ 2,224.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste