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Publicado em: 11/07/2014

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3ª MAIOR ALTA- Indústria do CE avança 1,2% em maio

Apesar do crescimento no mês, produção do Estado segue estagnada no acumulado dos cinco primeiros meses do ano

Apesar do desempenho da indústria ter caído em metade das 14 regiões brasileiras pesquisadas pelo IBGE em maio, o Ceará acabou fechando o mês com um resultado positivo, tendo em vista que a produção do Estado sazonalmente ajustada avançou 1,2% no período, na comparação com abril. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo Instituto, o crescimento do setor cearense foi o terceiro mais elevado do País, atrás apenas do registrado no Pará (4,2%) e em Goiás (2,1%).

Ainda de acordo com o IBGE, no confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial cearense também apontou expansão em maio (1,1%), após assinalar dois meses de resultados negativos consecutivos nesse tipo de comparação. Para o coordenador de Estudos e Estatísticas do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Ramos Viana, a expectativa é que o setor continue avançando, mas em ritmo lento. "Não teremos um ano extraordinário, mas estaremos longe de uma crise", explica.

O argumento de Pedro Jorge é sustentado pela própria pesquisa do IBGE, já que, segundo os dados, apesar de ter avançado em maio, a produção industrial do Ceará não apresentou qualquer evolução no acumulado dos cinco primeiros meses de 2014. A variação de 0% ante 2013, portanto, deixa claro que o setor dificilmente crescerá na mesma proporção do que no ano passado, quando fechou com alta de 3,7%. "Acredito que a produção não vai superar esse índice, nem mesmo igualar. Deve ficar um pouco abaixo, pois as pessoas vêm reduzindo o consumo e a indústria freando a produção. Ninguém tem interesse em criar estoque", opina Viana.

Copa puxou avanço

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, o desempenho do Ceará em maio foi puxado principalmente pelo pelos setores de bebidas (12,4%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (18,7%) e de produtos alimentícios (5,4%), impulsionados, sobretudo, pelo avanço na produção de cachaça, no primeiro ramo; de óleos combustíveis, no segundo; e de farinha de trigo, castanhas de caju, leite e biscoitos, no último.

Conforme Pedro Jorge Viana, a boa produção em setores como o de bebidas e o alimentício mostra claramente a influência da Copa do Mundo na indústria. Segundo ele, "o Mundial alavancou as vendas desses produtos e, prevendo isso, os produtores já haviam se preparado em maio".

No País

No Brasil, a produção industrial não teve em maio um de seus melhores meses, já que registrou queda de 0,6% e viu alguns de seus principais polos tombarem. Dentre eles, os destaques ficaram com Amazonas, com recuo de 9,7%, Bahia (-6,8%) e região Nordeste (-4,5%). Segundo o IBGE, consumo retraído, juros maiores, crédito restrito e a concorrência de importados influenciaram nos resultados ruins.

Também tiveram retração de abril para maio os estados do Rio de Janeiro (-1,6%), Espírito Santo (-1,4%) e Rio Grande do Sul (-1%) - em todos os casos, acima da média nacional. Pernambuco, por sua vez, mostrou queda mais moderada (-0,2%).

 

Áquila Leite - Repórter

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)