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Publicado em: 22/08/2014

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GERAÇÃO DE EMPREGOS - Brasil tem pior julho desde 1999; Ceará desde 2003

O Ceará gerou 2.061 empregos com carteira assinada, mas resultado é o pior desde 2003. Já o Brasil, com geração de 11.796, teve pior resultado desde 1999

Desaceleração da economia gera menos empregos com carteira assinada no Ceará e Brasil em julho. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem, mostra saldo de 11.796 empregos no País, o pior para o mês de julho desde 1999. No Ceará, o saldo foi de 2.061, o pior desde 2003 para o mês.

No ano, a geração de empregos formais no Ceará foi puxada pelos setores de serviços, que mais que dobrou o número de vagas na comparação com os sete primeiros meses de 2013. De janeiro a julho foi anotado um saldo de 11.522 ante 5.593, em igual período do ano passado no setor 30,4% do mercado de trabalho cearense, sem incluir administração pública.

Outro setor de mão de obra intensiva que apresenta bons resultados este ano é a construção civil com 6.189 vagas nos sete primeiros meses, contra 3.918, no mesmo período em 2013.Os piores resultados no acumulado do ano vêm de dois: indústria de transformação e comércio. Os dois, que apresentavam resultados positivos no ano passado, acumulam quedas de 815 e 3.762, respectivamente.

Segundo o economista do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará da Federação das Indústrias do Ceará (Indi/Fiec), Guilherme Muchale, se fossem retiradas do Caged as 870 demissões do setor calçadista o saldo da indústria de transformação ficaria positivo. Ele destaca que este é um dos setores mais prejudicados tanto pela Copa do Mundo quanto pela queda no consumo, além da concorrência dos importados.

Na análise do presidente da Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio), Luiz Gastão Bittencourt, o setor está demitindo mais por conta do endividamento da população que se reflete no baixo consumo. “E também na condução equivocada da economia”, diz, considerando que o Governo não têm conseguido erguer a economia. Apesar disso, ele aposta numa recuperação do emprego por causa das contratações de fim de ano e abertura de um novo shopping Center, o RioMar.

Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), também acredita que em recuperação, mas já não sabe se o Ceará vai fechar o ano com uma geração de empregos igual a do ano passado, em torno de 50,2 mil, como era o indicativo. “Na comparação de todos os meses, até maio, este ano era melhor que o ano passado, mas junho, com mens 100 vagas, e julho, apresentaram forte retração”.

Nacional

Em nível nacional, o saldo de criação de vagas é 71,5% inferior ao de julho do ano passado, quando foram geradas 41,5 mil vagas. O resultado de junho já havia sido ruim. Naquele mês, o total de vagas criadas (25.363) foi o pior para o mês desde 1998. De janeiro a julho, foram criados 632,2 mil novos postos. (com agências)

 

Repórter: Artumira Dutra

Fonte: Jornal O Povo