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Publicado em: 09/06/2015

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PESQUISA - Atividade comercial registra crescimento de 0,6% em maio

Índice de Confiança do Empresário do Comércio cai 0,2% e o Comércio registra alta de 0,6% em maio. Material de construção foi o setor de maior alta no período (2,4%)

A atividade comercial cresceu 0,6% em maio, ante abril; e 3,4% ante mesmo mês de 2014. Entre janeiro e maio, a alta foi de 1,6% na comparação com mesmo período de 2014. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, divulgados ontem.

Mesmo registrando crescimento, economistas da Serasa Experian avaliam uma desaceleração devido ao baixo estímulo na aquisição de novas dívidas, ao aumento do custo do crediário, da inadimplência e da inflação.

Para o especialista em finanças pessoais Luís Carlos Ewald, a “alta da taxa [Selic] vai segurar o consumo, as pessoas estão sem crédito para gastar, mas o desemprego continuará crescendo, junto com a inadimplência e endividamento”.

O setor de material de construção foi o que mais cresceu (2,4%) em maio, seguido pelo de combustíveis e de lubrificantes (1,6%). Também registraram alta os segmentos de móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática (+0,4); os supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (+0,3%).

A maior retração se deu nos veículos e peças (-1,9%). Segmento de tecidos, vestuário, calçados e acessórios também tiveram queda, com -0,8%. Existem itens inelásticos que, no caso de dificuldades para o consumo, tendem a ser substituidos por outros, e não cortados.

“Não dá para cortar alimentos nem transportes, porque as pessoas vão continuar comento e se movimentando. O que pode ocorrer são substituições. O consumo pode até subir menos, mas esses itens continuarão a crescer nas vendas”, diz Carlos Ewald.

Reginaldo Gonçalves, coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), avalia que o mercado vem trazendo uma situação que deixa o consumidor com medo de gastar dinheiro, mas existem os itens que as pessoas não abrem mão, que é a parte de higiene pessoal e limpeza. “Esses itens terão redução no consumo devido a falta de dinheiro, mas se manterão em crescimento no mercado”.

Índice de confiança

Em contrapartida, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) mostrou crescimento de 0,2% em maio ante abril, com expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de registros mais altos no segundo semestre do ano. A Pesquisa é divulgada mensalmente pela CNC, contemplando cerca de 6 mil empresas do País.

 “A expectativa é que a segunda metade do ano seja melhor tanto para o setor quanto para a economia”, avalia a entidade. “Essa eventual recuperação de abril para maio, no entanto, não deverá impedir que o setor registre, em 2015, seu pior desempenho em 12 anos”, alerta a confederação.

Projeção

A CNC projeta retração de 0,7% no nível de ocupação do comércio varejista em 2015, em relação a 2014. Esta é primeira vez, desde 2007, que o setor deve cair. A expectativa também é de queda para o varejo restrito (-0,4%) e ampliado (-0,6%). Este último deverá ter seu pior resultado da série histórica (2004).

80,9% dos empresários avaliaram que a atividade comercial piorou nos últimos 12 meses, e 44% dizem que a piora foi acentuada. (Com Agências)

Saiba mais

Gastos dos brasileiros devem cair três pontos percentuais de 2015 para 2019 ante período de 2009 a 2014. Até 2019, o consumo dos brasileiros deve crescer na média de 37%, que equivale a 7% ao ano; ante 11% ao período de 2009 a 2014. É estipulado que o consumo dos brasileiros venha a gerar um montante na ordem de R$ 4,509 trilhões em 2019. Em 2014, o total de gastos foi de R$ 3,2 trilhões. A projeção é da Mintel, Agência mundial de inteligência de mercado, que elaborou pesquisa acerca do consumo dos brasileiros até 2019.

Fonte: O Povo