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Publicado em: 23/04/2015

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PERDA DE R$ 6,1 BI COM CORRUPÇÃO - Petrobras tem prejuízo de R$ 21,5 bi em 2014

Presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, apresenta balanço auditado de 2014 e insere perdas da Operação Lava Jato no valor de R$ 3,4 bilhões

Com impacto do lançamento de perdas de R$ 6,194 bilhões relacionadas à corrupção e outros R$ 44,345 bilhões à reavaliação dos ativos, a Petrobras registrou, em 2014, prejuízo de R$ 21,587 bilhões ante lucro de R$ 23,4 bilhões registrado em 2013. É o primeiro prejuízo da empresa desde 1991.

A divulgação das demonstrações contábeis auditadas (pela PwC) de 2014, em atraso, dos dois últimos trimestres e da anual, foram feitas ao mercado às 19 horas e 23 minutos de ontem. As do terceiro trimestre estavam atrasadas havia 159 dias, e a anual, 22 dias.

Em 2014, a receita de vendas da companhia atingiu R$ 337,26 bilhões, alta de 11% ante 2013, graças aos reajustes nos preços do diesel e da gasolina autorizados pelo Governo e o efeito do câmbio. Já o endividamento total da companhia atingiu R$ 351 bilhões, um aumento de 31% em relação ao ano anterior.

O indicador de dívida líquida sobre geração de caixa saltou de 3,52 para 4,77 - um índice considerado saudável para o mercado é de 2,5. A dívida cresceu por conta das captações e da desvalorização do real.

Metodologia

A metodologia usada para a baixa por corrupção considerou principalmente os depoimentos em delação premiada feitos por executivos que participaram do esquema de corrupção, revelado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF).

Segundo o gerente executivo de Desempenho da Petrobras, Mário Jorge Silva, a empresa considerou os depoimentos “consistentes em relação ao cartel, ao período em que operou, às empresas que participaram e os valores máximos”, para efeito de lançamento no balanço.

“Isso nos dá segurança de registrar essa perda no balanço”. Já a baixa por impairment, ou seja, ajuste nos valores dos ativos em relação à capacidade de gerar receita no futuro e ao que foi investido, foi decorrente da queda no preço do barril, do adiamento de projetos em refino para preservação de caixa e da revisão da demanda em petroquímica.

A Petrobras considerou informações disponíveis e diz não acreditar que novas revelações das investigações podem impactar ou mudar de forma relevante a metodologia adotada. Apesar disso, o presidente afirmou que a empresa segue monitorando as investigações para obter informações adicionais para avaliar possíveis novos impactos.

Lava jato e refinarias

Os principais impactos negativos para o prejuízo da estatal foram a desvalorização de ativos (R$ 44,6 bilhões); baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões); provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões); das baixas dos valores relacionados à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e do provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), com R$ 2,4 bilhões.

Na apresentação do balanço, Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, afirmou que divulgará o novo plano de negócios da empresa em cerca de 30 dias. (Da Folhapress)

SERVIÇO

Petrobras

Confira a demonstração contábil auditada

Onde: http://bit.ly/1DPJczg

Fonte: O Povo