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Publicado em: 22/10/2015

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Homem usava nome de auditor fiscal em golpe

O homem que se dizia servidor da Sefaz foi preso quando tentava tirar vantagens de um empresário

Um homem que se passava por servidor da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e aplicava golpes em proprietários de empresas, em nome do órgão, foi preso na tarde da última terça-feira (20), pela equipe da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Segundo as investigações, depois de se apresentar como fiscal, o suspeito pedia contribuições financeiras aos empresários para uma instituição de caridade ou uma falsa colega.

O delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, disse que, desde 2013, Rafael dos Santos Barros colocava o golpe em prática. O dinheiro que conseguia das vítimas era arrecadado por um mototaxista, que confessou à Polícia que há anos fazia corridas para Barros.

"Era uma estratégia muito boa a dele, porque evitava um possível encontro com a Polícia. Raramente ia até a empresa pegar o dinheiro. Tinha apenas o primeiro contato com o dono para pedir uma certa quantia. Na hora de receber, mandava o mototaxista. O rapaz disse, em depoimento, que perdeu as contas de quantas vezes recebeu dinheiro de outras pessoas e entregou ao Rafael", disse o delegado.

Na tarde de terça-feira, o suspeito foi até uma oficina, no bairro Parangaba, e pediu R$ 250 ao dono do estabelecimento. O homem estranhou a conduta e ligou para a Sefaz. A corregedoria da Secretaria informou que não havia este tipo de procedimento por parte dos servidores e entrou em contato imediatamente com a DDF, que mandou uma equipe de policiais para acompanhar o desenrolar da trama de Barros e prendê-lo em flagrante.

"Os policiais foram até lá e acompanharam o mototaxista até a Rua Mimosa, no Montese, onde seria feita a entrega do dinheiro. Neste momento ele foi abordado e preso. Ao chegar na Delegacia não se intimidou e contou com detalhes o que fazia", disse Jaime Paula Pessoa.

Ajuda

Segundo o delegado, Rafael Barros enganava as vítimas pedindo ajuda para uma falsa funcionária terceirizada da Sefaz que precisava fazer uma cirurgia, mas estava em uma situação financeira difícil; ou para uma instituição de caridade chamada 'Pequeno Coração'. "As pessoas davam o dinheiro, porque não queriam se indispor com o homem que dizia ser da Coordenadoria de Fiscalização da Sefaz. Preferiam dar o que ele pedia sem colocar dificuldades", afirmou.

O auditor por quem o suspeito se passava existe de fato. Ele disse que há dois anos recebe queixas e denúncias sobre este suposto comportamento. Algumas vítimas já tinham entrado em contato coma Sefaz, que já havia tentado descobrir quem era o impostor.

Barros não tinha antecedentes criminais. Ele está preso por estelionato e sua fiança só poderá ser arbitrada em juízo. O titular da DDF disse que as investigações continuam e que muitas outras vítimas devem aparecer.

"Ainda não sabemos precisar quantas pessoas ele enganou, mas certamente são muitas. Em um só dia ele fazia quatro, cinco ligações. Com a identificação das vítimas teremos também a estimativa de quanto ele conseguiu lucrar aplicando este golpe", declarou Linhares.

Alerta

O delegado da DDF lembra que é preciso que a sociedade fique em alerta aos golpes aplicados em nome de instituições. "Já temos denúncias de pessoas que se passam até por juízes e ligam para casa de presidiários dizendo que eles terão direito à fiança e informando um conta para que o dinheiro seja depositado. Infelizmente, na hora do desespero, muita gente deposita".

Jaime Paula Pessoa diz que o golpe do sequestro pelo telefone é outro que ainda está em alta. "É preciso manter a calma e avaliar se aquela situação pode estar acontecendo de verdade. Nunca agir por impulso e fazer logo os depósitos", explicou.

Linhares disse que, mesmo que a quantia seja pequena, as vítimas devem denunciar. "Pode parecer um crime de pequena monta, quando uma pessoa te engana e consegue levar R$ 100, R$ 200 seus. Porém, o que deve ser levado em conta é que eles fazem várias vítimas por dia".

Fonte: Diário do Nordeste