Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 17/03/2015

Categoria

EM JANEIRO - Prévia do PIB cearense recua 0,6%

A retração anotada no Estado ficou acima da média nacional. Em 12 meses, porém, o Ceará acumula alta de 1,6%

Fortaleza/Brasília. A economia cearense começou o ano em ritmo mais lento, ante dezembro do ano passado, apontou, ontem, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central para o Estado (IBC-CE), considerado por alguns analistas uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro, o indicador estadual caiu 0,60%, na comparação com o mês anterior, uma retração acima da média nacional para o período (retração de 0,11%).

No acumulado dos últimos 12 meses, o IBC-CE ainda apresentou números positivos em janeiro, tendo em vista que registrou avanço de 1,6%. No mesmo período, contudo, a região Nordeste avançou mais que o dobro do Estado, apresentando crescimento de 4%, na sua atividade econômica. "Nos últimos anos o setor industrial perdeu peso e, apesar do dólar elevado, as exportações não estão conseguindo deslanchar. Assim, a nossa economia fica muito dependente do consumo, que foi freado pela baixa confiança dos consumidores e pelo pessimismo quanto ao ambiente econômico", avalia o economista Alex Araújo.

Ainda segundo ele, a situação pode ficar ainda mais complicada se o índice de desemprego começar a dar sinais de alta. "Com a economia instável, as empresas podem começar a reduzir o quadro de funcionários, o que agravaria ainda mais a situação do País, pois iria comprometer a renda da população", frisa. "Essa queda do consumo será a marca deste primeiro semestre. Após isso, fica difícil prever", diz.

Pior desde 2012

O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) revela que 2015 apresentou o pior começo de ano para a economia doméstica desde 2012, quando teve retração de 1,34% em janeiro, na margem, com ajuste sazonal. Em janeiro deste ano, o indicador apresentou baixa de 0,11% na mesma comparação. Vale destacar, no entanto, que a queda de três anos atrás foi fortemente influenciada por uma base alta de comparação e agora, o recuo, é observado pela segunda vez consecutiva. O BC revisou a queda de dezembro de -0,55% para -0,57%.

Em 2014, o IBC-Br subiu 1,11% na margem em janeiro e, no ano anterior, 0,63% no mesmo período. Todos os dados são citados pela série dessazonalizada. Bem pior do que o esperado pela maioria dos analistas do mercado financeiro, o IBC-Br é mais um indicador ruim para os negócios de hoje. O resultado do IBC-Br ficou abaixo da mediana das estimativas dos 35 analistas consultados pelo AE Projeções (+0,20%), mas ainda dentro do intervalo de -0,14% a +0,90%.

O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os componentes do indicador estão a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que subiu 2%, e a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que teve alta de 0,6% no primeiro mês de 2015, na margem.

No Relatório de Mercado Focus, divulgado simultaneamente ao IBC, a mediana das estimativas dos analistas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de uma queda de 0,66% para recuo de 0,78%, também segundo o BC. O IBGE trará o resultado oficial do PIB de 2014 na próxima sexta-feira, 20.

Fonte: Diário do Nordeste