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Publicado em: 20/08/2015

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EDITORIAL - CSP precisa gerar polo dinâmico no Pecém

A CSP só se viabilizou no ceará em função do grande esforço dos cidadãos que pagam seus impostos

Após quatro anos e sete meses de obras, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) anunciou que vai começar os testes e as pré-operações nos setores de sinterização, alto-forno, aciaria, lingotamento contínuo, pátio de placas, transporte ferroviário, unidades administrativas e gerenciamento de resíduos. Mantido o cronograma estabelecido pela empresa, a usina siderúrgica deverá entrar em efetiva operação ainda no primeiro semestre de 2016.

A CSP é uma joint venture entre a brasileira Vale (50%) e as coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%). O empreendimento terá capacidade para uma produção de três milhões de toneladas de placas de aço por ano. Inicialmente, toda a produção será exportada configurando a vocação da primeira Zona de Processamento de Exportações (ZPE) do Brasil.

Porém, só serão cumpridos os melhores objetivos econômicos e estratégicos do Ceará quando a Companhia dedicar no mínimo 20% de sua produção para o mercado interno. Afinal, a exportação pura e simples das placas produzidas beneficia a balança das trocas comerciais, mas não é capaz de gerar um dinâmico polo siderúrgico no Pecém.

Corretamente, os estados com ZPEs articulam a aprovação de novas regras permitindo que até 40% da produção das plantas industriais instaladas nessas Zonas sirvam ao mercado interno (Projeto de Lei 5997/13). Trata-se de um projeto de grande interesse do nosso Estado. Sugere-se que nossa bancada se articule para aprová-lo. É um passo muito mais relevante que barganhar cargos na estrutura federal.

É importante sempre ressaltar que a CSP só se viabilizou no Ceará em função do grande esforço dos cidadãos que pagam seus impostos. Foi graças aos recursos do Tesouro estadual que o Governo consegue bancar a instalação de caríssimos (na casa do bilhão) equipamentos sem os quais não seria possível o funcionamento da siderúrgica. É o caso da esteira transportadora de carvão, os berços do porto dedicados à CSP e a canalização de água do Castanhão.

Tanto esforço só terá pleno sentido se a Siderúrgica do Pecém gerar um polo metal-mecânico no Ceará, com forte geração de empregos.

 

Fonte: Jornal O Povo