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Publicado em: 05/01/2016

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Economia do Ceará encolhe 5,54% no 3º trimestre de 2015

No terceiro trimestre de 2015, a economia cearense apresentou nova queda, acompanhando a tendência observada no trimestre anterior e, também, a conjuntura nacional. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará recuou 5,54% no período compreendido entre julho e agosto deste ano – enquanto que o País retraiu 4,5% no período. No acumulado do ano até o terceiro trimestre, a economia estadual retraiu 3,27%, Os números do indicador, divulgado, ontem, são calculados com base nos resultados de três setores no Estado: agropecuária, indústria e serviços, e desagregados por suas atividades econômicas.

O resultado foi calculado a partir de uma base de crescimento alto (5,61%), que foi o terceiro trimestre de 2014. Esse resultado foi decorrente principalmente do evento da Copa do Mundo, que aqueceu o turismo, alavancando assim o setor de serviços, o qual representa a maior parte do valor agregado do Ceará, com participação de 73,8% no produto estadual. “É importante destacar que estamos comparando com um momento histórico para a economia do Ceará, quando houve a realização da Copa do Mundo da Fifa, em 2014.

Então, há um decréscimo diante de um nível positivo acima da média”, explica o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba. “Portanto, pode-se concluir que a queda do PIB do Ceará, no terceiro trimestre de 2015, foi intensificada pelo efeito da alta base de comparação”, acrescenta.

Diante do comparativo com o evento esportivo, realizado no mesmo período do ano passado, Ataliba destaca: “O impacto é muito grande neste setor. A expectativa é de que em períodos de alta estação, por exemplo, esses índices tendem a apresentar uma recuperação”, pondera ele, acrescentando que esse comparativo é sempre realizado em períodos equivalentes.

Macroeconomia

O diretor do Ipece acrescenta que esse resultado reflete, ainda, o atual contexto de crise macroeconômica nacional, que vem afetando as economias de vários estados brasileiros. No caso do Ceará, outro setor que foi afetado por condições adversas, foi a agropecuária. “Estamos no quarto ano seguido de seca. Isso afeta o setor agropecuário, que sofreu decréscimo de 27,75%”, destacou Flávio, enquanto que, no País, a retração do setor foi de apenas 2%. Ainda na comparação com o terceiro trimestre de 2014, a indústria e serviços também apresentaram resultados negativos, de -5,99% e -4,29%, respectivamente.

Do ponto de vista setorial, a indústria cearense tem sido afetada, pois já vinha apresentando queda em 2014, que se acentuou a partir do segundo trimestre de 2015, a qual, associada à queda do consumo das famílias, afetou a atividade do comércio, que representa 16% da atividade econômica do Ceará. “Tanto a queda na indústria quanto a queda no comércio, estão ligadas à queda de confiança dos empresários e das famílias devido ao atual cenário macroeconômico. Portanto, é necessário que essa crise política seja solucionada rapidamente para que o ajuste fiscal seja votado e aprovado na sua plenitude, de forma que a confiança possa ser retomada para que se inicie um novo ciclo de crescimento”, considera Ataliba.

O diretor destaca, ainda, que, mesmo com a queda na atividade econômica em todo o Brasil, o Ceará vem mantendo as contas públicas equilibradas. Além disso, apesar das limitações de acesso ao crédito, o Estado está convergindo para terminar o ano de 2015 entre os quatro maiores do Brasil em nível de investimento público.

Fonte: O Estado do Ceará