Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 12/11/2015

Categoria

'CPMF precisa ter começo e fim'

Presidente da Fiec se diz contra novos impostos, mas avalia alternativas diante do cenário de crise vivido pelo setor

A indústria cearense, assim como a nacional, passa por um momento de instabilidade e inquietação com os resultados negativos que vem apresentando nos últimos meses. O setor necessita de uma nova dinâmica e perspectiva para seguir em frente e voltar a crescer. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studard, afirmou ontem (11), que é a favor de o governo federal fazer uma reforma no País, mas é contra a quebra das empresas.

Sobre o ressurgimento da CPMF, ele se disse contra, afirmando não ser favorável a nenhum tipo de imposto. Mas especificamente nesse momento de crise, caso não tenha desobediência por parte do governo, como houve nas pedaladas fiscais, Studart acha que poderíamos ter uma CPMF com começo, meio e fim para encerrar com uma reforma do Estado cortando os gastos desnecessários.

"Temos que entender a situação com realismo. É o momento de darmos um salto e irmos para outro momento", afirmou, durante a abertura do 10º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), em Brasília, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Studart não visualiza, em curto prazo, uma saída para a atual situação. Ele avalia que é preciso andar com forma em cima de uma reforma e o aspecto político tem que ser deixado de lado. "O Brasil está entrando nesse abismo e se entrar vamos passar mais 10 ou 15 anos tentando recuperar o que perdemos".

Necessidades

O presidente da Fiec considera necessário afrouxar um pouco mais o crédito e ampliar um mais a liquidez a partir de 2016. Ele cita outros países que estão crescendo na economia mundial, como os Estados Unidos, que está segurando os juros, aumentando empregos e isso tem refletido nas nossas cotações. "Precisamos recuperar nossa capacidade de investimento e acreditar que vai existir mercado e acabar com o desemprego", diz. A exportação em sua visão é uma grande saída mas não é só isso, pois o Brasil não é exportador de bens com tecnologia. O saldo da balança comercial está baseado em minério de ferro e soja.

Possibilidades de 2016

Também presente ao Enai, o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas-CE), Aluísio Ramalho, considerou 2015 como um dos piores anos. "A perspectiva de encerramento já está definida e deve ter queda, em média, de 20% no setor", afirma, lembrando das 900 demissões no primeiro semestre.

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), Sampaio Filho, ainda não vê "luz no final do túnel", mas o que dá um certo ânimo para 2016 é o inicio das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém. "É uma expectativa para o setor se reanimar". Este ano ele sentiu a crise e continua sentindo e acredita que o próximo ainda será difícil. Em sua análise é necessário por fim a guerra política, pois o setor produtivo sabe fazer a sua parte. "Se a parte política destravar faremos nossa parte".

Segundo Junior Osterno, presidente do (Sindicato das Indústrias do Mobiliário no Estado do Ceará (Sindmóveis-CE), a redução no setor este ano foi em torno de 30%, afetando principalmente a classe média baixa em que está tendo maior desemprego. Para o próximo ano, ele não vislumbra melhora, o que talvez incremente são as exportações. "Mas o mercado está bem atendido pelos asiáticos e italianos. Passamos cerca de nove anos fora do mercado por conta do câmbio". Entres os países em prospecção Estados Unidos, África e México. "O problema atual é o frete alto, mas dá para ser resolvido".

Jornalista viajou a convite da Fiec

Fonte: Diário do Nordeste