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Publicado em: 17/07/2015

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COMÉRCIO E INDÚSTRIA - Setores cautelosos sobre adoção do PPE

Programa de Proteção ao Emprego é visto com desconfiança pelos empresários cearenses. Segundo a CNC, antes de aderir, é necessário considerar a condição financeira da empresas

Os setores de serviços e a indústria cearense aguardam uma definição sobre o Programa de Proteção ao Emprego do Governo Federal. Alternativa para evitar demissões de trabalhadores em meio à espiral negativa da economia do País, a medida é vista com cautela pelos empresários do Estado.

Cid Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas Fortaleza), avalia como positiva a criação do programa, por focar na manutenção do emprego, mas não observa benefícios para micro e pequenos empresários. “As exigências são grandes. Em alguns casos, vai ser melhor não aderir. Mesmo que as vendas não correspondam, não podemos demitir. O prejuízo é nosso”.

Maurício Filizola vice-presidente da Fecomércio-CE, diz que haverá reuniões a fim de abordar a medida com as instituições que compõe a Federação. “Podemos esclarecer os pontos do programa aos associados. O empresário pode repensar e equilibrar suas demandas. Mas a gestão e a escolha é de cada um”, comenta. A proposta será debatida com os segmentos de farmácias, autopeças e confecções, entre outras representações nos próximos dias.

Na dúvida em aderir ou não ao programa governamental, a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC), lançou um manual abordando algumas questões. “ É interessante (o PPE) para os empresários. Mas há possibilidade de suspensão ou de adesão. Essa é a nossa preocupação”, disse Guilherme Brandão, advogado da divisão sindical da CNC.

A definição sobre setores que integrarão o PPE deve sair na próxima semana. O Ministério do Trabalho divulgou que o comitê avaliará a adesão das indústrias automobilística, eletrônicos, metalurgia e álcool e açúcar num primeiro momento. As duas primeiras têm peso na Região Sudeste.

Indústria e agricultura

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, considera as atividades de cada estado para que o programa seja efetivo. “Setores intensivos do Estado têm apresentado um número de demissões. É o caso das indústrias calçadista, confecções e têxtil, que empregam mais de 120 mil trabalhadores. Se a medida não alcançar esses segmentos aqui, não fará diferença alguma para o nós”.

Ele afirma que a indústria cearense permanece aguardando uma definição do Governo Federal. “Não se pode mudar a estratégia com base em suposição. O industrial observa como adaptar a estratégia da empresa à nova realidade”.

Na avaliação de Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura do Ceará (Faec) as empresas responsáveis por atividades agropecuárias não sofrem o mesmo impacto da indústria e do comércio a ponto de aderir ao PPE.

“Continuamos com uma situação positiva em termos de desenvolvimento e negócios. Nossa agricultura é formada por 200 mil produtores familiares. As grandes empresas, que atuam em atividades como leite, corte (carnes) ou piscicultura, não estão desempregando”.

SERVIÇO - Ministério do Planejamento reúne tira-dúvidas sobre o PPE em:

http://bit.ly/1GpdrLo

 

Fonte: Jornal O Povo