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Publicado em: 08/12/2015

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BC já projeta uma inflação de 10,44% e recessão de 3,5%

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, subiu novamente, pela 12ª semana seguida, ao passar de 10,38% para 10,44%. Para 2016, a estimativa para o IPCA também subiu: de 6,64% para 6,70%. Essas projeções fazem parte do Boletim Focus do Banco Central (BC), publicação semanal, feita com base em projeções de instituições financeiras.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,91% para 11,04%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 10,77% para 10,80%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi ajustada de 10,32% para 10,77%, este ano.

Recessão

A inflação alta vem acompanhada de encolhimento da economia, tanto neste ano, quanto em 2016. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, este ano, passou de 3,19% para 3,50%, este ano, e de 2,04% para 2,31%, em 2016. Entretanto, já existem alguns especialistas de mercado financeiro que admitem um recuo do PIB da ordem de 4% este ano, e de até 3% no ano que vem.

Devido às dificuldades na política fiscal do Governo, o BC espera que a inflação fique na meta somente em 2017. Anteriormente, a expectativa era 2016. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada quinta-feira (3), o BC disse que adotará as medidas necessárias para trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5%, sem estourar o teto da meta (6,5%), em 2016. Para 2017, o comitê espera fazer a inflação convergir para o centro da meta (4,5%).

Juros

A meta da Selic (sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia) – principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia –, referente ao fechamento de 2016, foi ampliada para 14,25%. Há uma semana, a previsão era de 14,13%. Como não haverá mais nenhuma reunião de revisão da Selic até o fim de 2015, não há novas previsões de economistas para a taxa no ano. Atualmente, a meta é de 14,25%.

A meta é um patamar ideal apontado pelo Banco Central para a taxa. Com ela, a entidade indica ao mercado que atuará para abaixar ou subir o indicador de forma mantê-lo em torno do nível almejado. Se os juros caem muito, a população tem mais acesso ao crédito e pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender a um consumo maior. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento – que ficam mais caros –, a economia se desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que haja inflação.

Fonte: O Estado do Ceará