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Publicado em: 27/03/2015

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Dilma volta a falar em refinaria no CE

Retiradas dos planos de investimentos da Petrobras, pelo menos até 2030, conforme já foi confirmado pela própria estatal, a construção das refinarias de Petróleo Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, voltaram ao discurso da presidente Dilma Rousseff, nesta semana. Na reunião com governadores do Nordeste, realizada na última quarta-feira, 25, em Brasília, Dilma teria dito aos governadores do Ceará e do Maranhão, respectivamente Camilo Santana e Flávio Dino, que a Petrobras poderia retomar os projetos das refinarias premium, em 2017.

A "intenção" da presidente está publicada no site da revista Veja, na coluna Radar, do jornalista Lauro Jardim. Segundo ele, a informação lhe teria sido repassada por interlocutores próximos a governadores que participaram da reunião. O comentário teria sido feito em meio as explicações de Dilma sobre a importância do ajuste fiscal.

Ver para crer

Contactada, a Casa Civil do governo do Estado do Ceará não confirmou, mas também não desmentiu. Por meio de nota, a assessoria de comunicação de Camilo Santana respondeu que "a questão da refinaria (Premium II) está sendo tratada internamente com o governo federal". A nota não explica, no entanto, se as tratativas com o Planalto se referem à busca por novas alternativas para atração futura do empreendimento, ou para ressarcimento, pela Estatal, dos investimentos da ordem de R$ 657 milhões, que o governo do Estado já fez para viabilizar a implantação da refinaria em São Gonçalo do Amarante.

Ainda segundo a fonte de Lauro Jardim, o governador Flávio Dino teria interrompido a fala da presidente e dito espirituosamente: "Então, o que eu desejo agora é hibernar em sono profundo e só acordar em 2017".

Dúvidas

O comentário de Dilma surpreende porque a própria Petrobras já veio a público, recentemente, em declaração à Comissão Externa da Câmara dos Deputados, reconhecer que as duas refinarias se tornaram inviáveis na atual conjuntura mundial, em decorrência da inviabilidade econômica e da ausência de parceiros para tocar os dois empreendimentos.

Há 15 dias, a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, declarou à mesma comissão que "nem a Premium I, nem a Premium II foram submetidas à ANP. Do nosso ponto de vista, elas não existiam".

Camilo Santana chegou a prometeu, nas redes sociais, que iria cobrar da Petrobras, na Justiça, os prejuízos que o Estado teve com a Premium II, caso a estatal não reverta a decisão de encerrar o projeto.

Fonte: Diário do Nordeste