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Publicado em: 30/03/2015

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ENTREVISTA MAURO FILHO - "Vamos fazer essa análise em outros segmentos

O POVO – O valor movimentado pelo esquema equivale, por exemplo, a que arrecadação?

Mauro Filho – É maior do que, por exemplo, o que o Estado arrecada com o IPVA. São R$ 300 milhões que ficam com o Estado, porque os outros R$ 300 milhões recolhidos são do município. Esse pessoal tá faturando mais do que o Estado só sonegando ICMS. Faturando 1 bilhão de reais, o que precisa ser coibido fortemente. Numa análise simples de quem são os sócios e da documentação, é fácil a verificação do verdadeiro laranjal que está inserido nas empresas examinadas.

OP – Que aspecto conseguiram identificar na investigação, das práticas que o esquema adotava?

Mauro – Essas empresas eram chefiadas, até onde conhecemos, por duas pessoas somente. Eles nomeavam representantes para negociar a venda de mercadorias. Quando o produto chegava, a empresa fraudulenta emitia uma nota fiscal para quem estivesse comprando e essa nota não tinha nenhum valor fiscal porque a empresa não existia. Estranho é que algumas empresas que compraram com nota fiscal não pagaram para essas empresas fornecedoras. Uma demonstração clara que, de alguma maneira, as que estavam comprando sabiam que essas empresas não existiam.

 OP – E qual será o desdobramento dessa investigação que o setor de inteligência da Sefaz realizou?

Mauro – Vamos, primeiro, aguardar a conclusão do inquérito policial, para colocar essas duas pessoas no devido lugar. E aprofundaremos mais cinco anos pra trás. Vamos fazer essa mesma análise de identificação de sócios de empresas no Estado, passaremos para outros segmentos. Como o setor de eletroeletrônicos, o de bebidas quentes e outros que o setor de inteligência está apurando.

Fonte: O Povo