Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 02/06/2015

Categoria

PESQUISA - Brasil é último do ranking em retorno de impostos

Estudo considerou carga tributária e IDH do País para o cálculo. É o quinto ano consecutivo

O Brasil amarga a 30º e última colocação no ranking que mede a taxa de retorno dos impostos à qualidade dos serviços públicos ofertada ao contribuinte. As informações são do estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Trata-se do 5º ano consecutivo que o País permanece na posição.

O levantamento considerou a relação percentual obtida pela divisão do total geral da arrecadação de tributos do País em 2013 nas esferas (federal, estadual e municipal), dividido valor do Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas.

“Isso (resultado) se deve ao fato de os valores arrecadados não serem direcionados em investimentos que melhoram a qualidade de vida do brasileiro. O problema não está na arrecadação, mas sim no destino”, afirma o presidente do IBPT, João Eloi Olenike. Sobre a última colocação no ranking, ele acredita que o País permanecerá por mais alguns anos.

O Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (Irbres), considera 15% do valor da carga tributária dos países pesquisados e 85% do IDH. A arrecadação de tributos em 2013 fechou em R$ 1,8 trilhão. O PIB, à época, totalizava R$ 5,1 trilhões.

Na comparação com outros países, o Brasil ficou atrás de Uruguai (11º), Grécia (16º), Argentina (19) e Eslovênia (20º). Encabeçam a lista da melhor taxa de retorno Austrália (1º), Coreia do Sul (2º), Estados Unidos (3º), Suíça (4º) e Irlanda (5º).

Sobre a última colocação no ranking, ele acredita que não haverá mudança no cenário. “Não vemos uma situação melhor para os próximos anos para o País. A diferença em comparação com o penúltimo colocado (Finlândia) ainda é grande. Se não melhorar o IDH, permaneceremos na posição”, acredita.

Redução

Sem a redução dos gastos da máquina pública, o Brasil continuará sem perspectiva, no que diz respeito à melhoria dos recursos a serviços básicos à população. É o que aponta o mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Coimbra.

“Nossa máquina pública é onerosa. Vemos uma movimentação no Executivo, mas não nas outras esferas (Legislativo e Judiciário). “É necessário buscar o reordenamento de receitas e despesas. Deve ser feita a repactuação dos gastos públicos”, considera.

O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), Allisson Martins, diz que uma das soluções seria a eficiência do gasto público. “Focar em variáveis que aumente o índice, entre elas a expectativa de vida, aperfeiçoar as políticas para educação. Outra variável mais complexa é o PIB per capita. Se a economia vai mal, esse indicador provoca um resultado baixo”, ressalta.

Serviço

Acesse a pesquisa de retorno de impostos em: http://bit.ly/1FpYeuk

 

Fonte: Jornal O Povo