Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 20/10/2014

Categoria

SECA ENTRE 2010 E 2013 - NE acumula perdas de R$ 20 bi

Neste ano, a estiagem se espalha pelo Sudeste. Produtores de cana amargam queda de 18% na receita

São Paulo. Há uma regra elementar que se aplica em períodos de secas severas: se a água escassear, a prioridade é o consumo humano. Isso significa que, antes de as torneiras de casa secarem, a água falta na agropecuária, nas indústrias e nos serviços. É o que ocorre hoje em várias partes do Brasil.

A estiagem que compromete importantes bacias hidrográficas pode prejudicar a já combalida economia nacional, simplesmente porque o País não está preparado para lidar com ela. "Diferentemente de outros países, o Brasil não tem mecanismos para aliviar perdas econômicas com a falta de água", diz Jerson Kelman, especialista no tema, que dirigiu as agências nacionais de Água e de Energia.

Prejuízos

A seca começou espalhando prejuízos no Nordeste. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), entidade que monitora eventos climáticos extremos, a região sofreu perdas de R$ 20 bilhões entre 2010 e 2013. No setor de energia, a conta é maior. Só para manter as térmicas ligadas e compensar a falta de água nas hidrelétricas, de 1º de janeiro de 2011 até 14 de outubro deste ano foram gastos R$ 49,4 bilhões. O cálculo é da consultoria PSR, com dados do Operador Nacional do Sistema.

Demais regiões

Neste ano, a estiagem se espalha pelo Sudeste. Segundo levantamento da consultoria MB Agro, os produtores de cana-de-açúcar, carro-chefe da agricultura paulista, amargam uma perda de 18% na receita.

"O problema é sério e vai afetar a economia de várias cidades", afirma José Carlos Hausknecht, sócio da MB. No Centro-Oeste, o produtor ainda aguarda a chuva, que atrasou, para semear, fazendo-o sentir de perto os efeitos dessa estiagem histórica sobre os rios e a economia que eles irrigam.

Fonte: Diário do Nordeste