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Publicado em: 18/06/2014

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Receita nominal sobe 5,3% no Ceará em abril

Sob efeito de uma inflação mais alta e na expectativa de vendas maiores no período anterior à Copa do Mundo Fifa, o setor de serviços registrou crescimento de 6,2% no mês de abril, na comparação com o mesmo período de 2013. O resultado corresponde a uma perda de ritmo frente à taxa de expansão de 6,8% em março. Acompanhando a tendência nacional - embora o resultado seja positivo, menor que o registrado em março -, o Ceará, no entanto, apresentou resultado de 5,3%, sendo o terceiro melhor desempenho da região Nordeste. Os dados são constantes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com maior peso na economia, o setor avança na esteira da renda ainda em alta - embora em desaceleração - e do lançamento de novos serviços, especialmente nas áreas de informação e telecomunicações. O ramo, porém, sofre uma inflação persistentemente alta. A taxa dos serviços se mantém sempre acima da média. Em 12 meses, acumula uma alta em torno de 9%, minando o faturamento do setor. Os dados do IBGE são referentes à receita nominal do setor, sem considerar a evolução da inflação. Desse modo, o faturamento fica quase estável, já que no acumulado em 12 meses a taxa até abril ficou em 8,3%. De janeiro a abril, o faturamento dos serviços registram alta de 8%.

Dentre os 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, o Ceará caiu da 11ª para a 16ª colocação no ranking nacional. Além dos serviços às famílias - cujo índice registrado, no mês, foi de 27,6%, a maior alta do País -, o Estado se destacou, também, em alguns outros setores, como no segmento outros serviços (28,3%), atrás, apenas, do Distrito Federal (35,5%). O Ceará também registrou variação positiva, em menor proporção, em serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7%), mas nos serviços de informação e comunicação, o desempenho foi negativo (3,3%), ficando à frente, apenas de Minas Gerais e Bahia, com recuos de 3,8% e 10,1%, respectivamente.

COMPORTAMENTO

No País, já sob efeito da Copa do Mundo, os serviços prestados às famílias registraram crescimento de 10,4%, com destaque para o subsetor de alojamento e alimentação, com alta de 10,8%. Em ambos os casos, as variações superam a média do setor de serviços. Puxado por transportes aéreos (alta de 18,3% em abril), o setor de transportes também impulsionou o desempenho dos serviços, com expansão de 8%. Já os transportes terrestres foram o destaque negativo nesse subgrupo, com alta de apenas 3,6%. Também ajudaram a segurar o desempenho do setor de serviços os fracos resultados, em abril, dos ramos de serviços profissionais, técnicos e administrativos (alta de 5,2%). O segmento sofre com a crise da indústria para qual fornece, de comunicação e informação (3,7%).

No que concerne ao segmento serviços profissionais, administrativos e complementares, o crescimento observado foi de 5,2% em abril, na comparação com igual mês do ano anterior, contra 8,8% em março e 9,3% em fevereiro. Os serviços técnico-profissionais, que abrangem os serviços intensivos em conhecimento, cresceram 5% e os serviços administrativos e complementares - que abrangem os serviços intensivos em mão-de-obra -, 5,2%. Com uma contribuição relativa de 17,7%, esse segmento contribuiu, em termos absolutos, com 1,1% para o índice geral.

Pelos dados do IBGE, regionalmente, apenas Piauí registrou variação nominal negativa (0,4%) perante igual mês do ano anterior. As maiores variações ocorreram no Distrito Federal (15,8%), Acre (14,3%) e Mato Grosso (11,7%). As menores taxas positivas foram na Bahia (1,1%), Minas Gerais (1,5%) e Espírito Santo (2,3%). São Paulo contribuiu com 37,1% e 2,3 p.p. na composição dos índices, seguido do Rio de Janeiro, com 24,2% e 1,5 p.p. e Distrito Federal, com 6,6% e 0,4 p.p.

AVALIAÇÃO

Em abril, a receita bruta dos serviços cresceu 0,4% na comparação com o mês de março. Essa foi a segunda alta mensal seguida (em março houve aumento de 4,5%). Na comparação com abril de 2013, há expansão de 6,2%, mas representou uma desaceleração frente à variação anual ocorrida em março (6,8%). O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, explica que a série da PMS teve início em janeiro de 2012 e não conta com um deflator próprio, nem com ajustes sazonais.

Segundo ele, “os serviços de educação, saúde e financeiros não são pesquisados. Ainda assim, os demais subsetores respondem por 36,5% de todo o valor adicionado bruto gerado pela economia e por 34,6% do pessoal ocupado no País”, diz. Bentes destaca que o crescimento anual da receita nominal (6,4%) foi o menor desde março do ano passado (6,1%). Descontada a inflação, houve queda anual de 2,8%, a maior desde o início da pesquisa.

Para o economista, valendo-se da variação dos preços dos serviços do IPCA - referente aos últimos 12 meses, encerrados em abril (alta de 8,99%) -, a receita deflacionada do setor de serviços teria acusado queda real de 2,8% entre os meses de abril de 2013 e 2014 – “o maior recuo anual nessa base comparativa em toda a série histórica da PMS e a segunda retração consecutiva (houve queda real de 2,2% no comparativo anual de março)”, analisou.

Fonte: O Estado Online (Jornal O Estado do Ceará)