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Publicado em: 20/11/2014

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R$ 19 BI DE RECEITA - Serviços crescem 4% no CE; 1,8 mil novas empresas para o Simples

O Estado teve o terceiro maior setor de serviços do Nordeste, atrás apenas da Bahia e de Pernambuco

Principal componente da economia cearense, o setor de serviços cresceu em 4% a sua receita bruta no Estado, chegando a 19,74 bilhões. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, que traz dados referentes a 2012, o aquecimento da atividade no Ceará foi observado também no aumento no número de empresas e de empregos.

De acordo com a Pesquisa Anual de Serviços 2012, o Ceará ganhou 1.792 novas empresas de serviços naquele ano. Totalizando 18.565 estabelecimentos, o número é superior em 10,6% às 16.773 de 2011. Consequentemente, o número de trabalhadores foi maior, chegando a 289.722, um incremento de 8% sobre 2011. O Ceará também teve elevação nos salários, retiradas e outras remunerações, que, somando R$ 737,3 milhões, representou uma alta de 9,4% sobre o ano anterior.

A maior parte das empresas do setor (a pesquisa não inclui serviços financeiros) no Ceará era prestadora de serviços profissionais, administrativos e complementares, que somava 138 mil estabelecimentos, gerando uma receita de R$ 5,43 bilhões, a maior contribuição entre todas as empresas. Em relação à receita, os serviços de informação e comunicação vêm logo em seguida, com R$ 5,27 bilhões, acompanhados dos serviços de transportes, serviços auxiliares e correio, com R$ 4,66 bilhões.

Apesar de ter uma contribuição em receita menor do que estas últimas duas, com R$ 2,71 bilhões, as empresas de serviços prestados principalmente às famílias ocupavam a segunda colocação em número de unidades: 69,1 mil. A maior parte delas estava nas atividades de alojamento e alimentação, com 48,9 mil empresas e uma geração de receita de R$ 2,14 bilhões.

O coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Nicolino Trompieri Neto, destaca que o setor de serviços representava, em 2012, 73,8% das riquezas geradas no Ceará. "Em 2011, esse percentual era de 73,1%, ou seja, o ganho de participação em 2012 é o retrato do crescimento do setor em um ritmo mais acelerado que os outros setores da economia cearense", destaca.

Ele aponta, entretanto, que o setor começou a enfrentar maior dificuldade em 2013, com a elevação, a partir de abril, da taxa básica de juros, a Selic. A data deu início a um ciclo de aumento da taxa que se estende até hoje, saindo de 7,25% ao ano para 11,25%. "A elevação da taxa deixa o crédito mais caro. E um segundo fator foi o aumento do endividamento das famílias", informa. Estes fatores reduziram o consumo das famílias, e o comércio, destaca, é o principal componente do setor de serviços.

Nacional

A Pesquisa Anual de Serviços 2012 aponta que o setor movimentou R$ 1,1 trilhão em receita operacional líquida, alta de 8,3% sobre 2011. Os serviços responderam por 12 milhões de pessoas ocupadas e pagaram R$ 227 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, no total de 1,2 milhão de empresas.

O Ceará teve o terceiro maior setor de serviços do Nordeste, atrás da Bahia (com receita de R$ 41,45 bilhões e 37,2 mil empresas) e Pernambuco (com receita de R$ 28,12 bilhões e 23,6 mil empresas). O Nordeste possuía 10% das receitas de serviços em 2012, 10,5% dos salários e 14% do pessoal ocupado. A força maior do setor está no Sudeste (65,8% da receita bruta, 66,5% dos salários e 60% do pessoal ocupado).

Sérgio de Sousa - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste