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Publicado em: 03/11/2014

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PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS - Petrobras pode votar reajuste nos próximos dias

Após elevar a taxa básica de juros (Selic) para 11,25%, ao ano, uma medida ortodoxa adotada pelo Banco Central na tentativa de conter a escalada da inflação, o governo "abre a guarda" para os preços controlados e já sinaliza com mais uma medida impopular, uma semana após a eleição presidencial. As expectativas do mercado são de que, ao longo desta semana, o Conselho de Administração da Petrobras decida durante reunião, pelo aumento de 4% a 5%, nos preços combustíveis, em novembro.

O reajuste, apesar de chegar no momento em que os preços do petróleo começam a cai no mercado internacional, transparece positivo para analistas econômicos, mesmo contrariando a posição de consumidores finais. "Se isso ocorrer, indicará maior comprometimento do governo com a normalização dos preços administrados", avaliou o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho.

Já para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, mais importante do que alterar os preços é o governo "apontar para uma política clara de reajustes", que impeça que os valores voltem a ficar defasados. Ele também espera por uma alta de preços, mas acha que a tendência mais forte é de que, em vez de direcionar a elevação da receita à estatal, o governo opte por ressuscitar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

"Isso reforçaria o caixa do Tesouro, o que seria bem-vindo no atual quadro fiscal", explicou. Os municípios, que também recebem parte do montante arrecadado, podem ampliar os investimentos em transporte coletivo, algo que vai ao encontro das exigências das ruas nas manifestações do ano passado. Segundo Pires, como os preços do petróleo no mercado internacional baixaram neste mês e agora estão em linha com o mercado brasileiro, não há mais razão, do ponto de vista da Petrobras, para mudar o que se cobra nas refinarias. De janeiro a outubro, quando os valores estavam defasados, relata, a estatal acumulou prejuízos. Mas, para zerar a conta seria necessária uma alta de 20% no preço da gasolina. "Não se pode contar com isso porque o efeito inflacionário seria muito alto", sentenciou Pires.

No Ceará

Se o reajuste se confirmar, na casa dos 5%, os preços da gasolina comum, em Fortaleza, deve saltar da média atual de R$ 3,01, por litro, para R$ 3,15, valor a muito praticado em vários municípios do interior cearense. O preço médio atual cobrado pelos postos da capital já é o terceiro maior preço da gasolina comum no Nordeste, atrás apenas da Bahia e do Rio Grande do Norte, que pagam, respectivamente, R$ 3,06 e R$ 3,02, por litro.

Para assessor técnico do Sindipostos-CE), Antônio José Costa, diante da defasagem nos preços da Petroífera, o reajuste é apenas uma questão de tempo, mas é praticamente certo.

Fonte: Diário do Nordeste