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Publicado em: 13/08/2014

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PLACAS DE AÇO - 1ª exportação da CSP será em março de 2016

Hoje, o projeto persegue datas importantes no seu cronograma, tendo como um dos marcos a produção do 1º coque

As primeiras placas de aço a serem exportadas pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deverão sair do Porto do Pecém em março de 2016. O projeto gigantesco que avança em uma área total de 980 hectares em São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de Fortaleza, persegue datas importantes em seu cronograma, reveladas, ontem, pelos altos executivos da companhia. Os principais marcos serão a produção do primeiro coque (combustível com altos teores de carbono essencial à produção do aço), o que ocorrerá em 15 de outubro de 2015, seguida do começo da operação propriamente dita da usina, em dezembro do mesmo ano.

Segundo o diretor de Projetos da CSP, Dong Ho Kim, será também no fim do próximo ano que a planta passará a receber energia, como parte da infraestrutura assegurada pelo governo. O megaempreendimento, o maior de caráter privado em implantação no País, produzirá inicialmente três milhões de toneladas de placas de aço por ano, com a possibilidade dobrar, saltando para seis milhões de toneladas/ano posteriormente. Esta produção está rateada contratualmente entre os três sócios da joint venture que nasceu para a implantação da siderúrgica, formada pela brasileira Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco. O investimento total no projeto é de US$ 4,86 bilhões.

Visita às obras

Mesmo um breve trajeto pelo canteiro de obras da CSP permite captar o elevado grau de complexidade do empreendimento. No atual estágio, paralelamente, ocorrem os projetos de construção dos sites onde se darão as várias etapas do processo produtivo do aço e também estão em andamento 27 projetos de preparação que precedem a operação da siderúrgica. A CSP é a primeira usina integrada do Nordeste, ou seja, com todos os processos verticalizados e um lay out considerado o mais avançado da indústria do aço, de acordo com o diretor de Projetos da CSP. Está localizada dentro da Zona de Processamento de Exportações do Ceará e terá 80% da produção destinados ao exterior.

Equipamentos

Atualmente, a siderúrgica conta com 60% dos seus equipamentos e aguarda os 40% restantes, a maioria oriundos da Coreia do Sul, China e Japão. O elevado volume de materiais descarregados no Porto do Pecém com destino ao empreendimento chegou a gerar filas de navios e acúmulo de carga no terminal, obrigando a CSP a buscar uma forma de agilizar a liberação. Em 2014, o maquinário a ser implantado inclui parte da unidade funcional do lingotamento contínuo, do alto-forno, da coqueria, da preparação do carvão e da purificação do gás do forno Coke, além de componentes metálicos em aço.

Projeto pode usar água dessalinizada se necessitar

Encravada em um Estado onde a seca é uma realidade, a CSP possui a garantia do governo estadual de fornecimento de água por um período de três anos. Entretanto, como o empreendimento não pode prescindir do líquido, já possui definidas estratégias caso ocorra escassez após o período desse seguro.

O uso de água do mar dessalinizada é uma das três soluções que a siderúrgica poderá adotar, caso encontre dificuldades no suprimento do líquido necessário a sua operação. Essa também é a forma de abastecimento de plantas de produção de aço no Oriente Médio e sudeste da Ásia, aponta Mr. Dong Ho Kim, diretor de Projetos da CSP.

As outras duas possibilidades para a empresa cearense, aponta, são optar pela água servida oriunda do consumo de Fortaleza, com o devido tratamento para reúso, ou ainda contar água do subsolo.

Praticamente toda a água empregada durante a fabricação das placas de aço, incluindo os efluentes, será tratada para reúso, chegando a 98%. A CSP investe R$ 1 bilhão nas várias ações relacionadas e equipamentos de controle ambiental.

Energia

A siderúrgica cearense será autossuficiente em energia elétrica para sua operação. Contará com uma térmica que produzirá 230 Kv, equipamento que deve ser concluído em maio próximo. Esta usina, conforme explica Mr. Kim, terá como fonte para a geração energética todos os gases coletados no próprio processo produtivo da siderúrgica. (RC)

Regina Carvalho - Editora de economia

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)