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Publicado em: 31/10/2013

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PETROLEIRA DE EIKE - OGX pede recuperação judicial

31/10/2013.

O pedido de recuperação judicial visa proteger a empresa enquanto soluções são buscadas. Ações cotadas na Bovespa passaram a valer R$ 0,17

A petroleira OGX, antiga empresa-âncora do grupo de Eike Batista, entrou nesta quarta-feira, 30, com pedido de recuperação judicial. A decisão foi tomada após 16 meses de agonia, com Eike tentando emergir da crise de confiança na qual se embrenhara desde que teve de reconhecer publicamente o fiasco da campanha exploratória do campo de Tubarão Azul.

Apresentado aos investidores como uma grande descoberta petrolífera, o campo depois revelou que seu potencial era uma fração mínima do anunciado.

O pedido de recuperação judicial visa proteger a empresa enquanto soluções são buscadas e inclui, além da OGX Petróleo e Gás Participações, a OGX Petróleo e Gás, a OGX International GMBH e a OGX Áustria GMBH. Esta última foi a rubrica usada pelo grupo para captar no exterior a maior parte dos US$ 3,6 bilhões aportados por investidores estrangeiros em títulos. Algumas das maiores gestoras de fundos, responsáveis pela administração de trilhões de dólares, compraram bônus emitidos pela OGX.

As ações ordinárias da petroleira perderam 26,09% de seu valor e fecharam o pregão de quarta-feira cotadas a apenas R$ 0,17. Provavelmente, as negociações com as ações serão suspensas por tempo indeterminado na Bolsa de Valores de São Paulo.“Acredito que há possibilidade de os credores compreenderem que a recuperação da OGX é viável”, disse advogado Sérgio Bermudes, que deu entrada no processo, que correrá na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio.

Em meio às negociações com centenas de credores - entre detentores de títulos (bondholders), bancos e fornecedores - a OGX trabalhará em duas outras frentes durante o processo de recuperação: a busca de dinheiro novo que, para este ano, teria de corresponder ao mínimo de US$ 75 milhões, e a tentativa de convencer a malaia Petronas a manter o acordo de compra de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, na área de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.

Todas as tarefas são muito difíceis de serem atingidas e o próprio grupo responsável pela operação considera possível o pedido de rescisão de acordo pela Petronas no meio do processo de recuperação. Caso isso ocorra, o litígio judicial é dado como certo.

Criada em 2007, a OGX acumula dívidas sem garantia de US$ 5,1 bilhões. O valor inclui US$ 3,6 bilhões de detentores de títulos de dívida emitidos no exterior. (da Agência Estado)


Fonte: Jornal O Povo