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Publicado em: 13/03/2014

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NO MINISTÉRIO DA FAZENDA - Mudança na política do Mínimo gera protesto

13/03/2014.

O ministro Guido Mantega se reuniu ontem com 18 executivos de grandes empresas brasileiras

Brasília. Um grupo de trabalhadores da Força Sindical organizou ontem (12), em frente ao Ministério da Fazenda, um churrasco de sardinha e abacaxi para coincidir com reunião realizada entre o ministro Guido Mantega e empresários de grandes grupos que atuam no País. O churrasco foi um protesto simbólico contra a pauta da reunião do governo com empresários. Segundo os sindicalistas, os assuntos da pauta não contemplam os interesses dos trabalhadores.

Os trabalhadores trouxeram mais de 40 quilos do peixe e 30 abacaxis. Eles dizem que pretendem com a manifestação mostrar indignação com a demora do governo em resolver questões como o fim do Fator Previdenciário, a atualização da tabela do Imposto de Renda e a manutenção da fórmula que corrige o salário mínimo, prevista para acabar em 2015. Os trabalhadores pedem a prorrogação da metodologia até 2025.

"Enquanto o governo está recebendo os maiores empresários do Brasil lá em cima para comer caviar, nós vamos comer nossa sardinha, aqui em baixo. A política de correção do mínimo não foi ideia do governo, mas uma conquista das centrais de trabalhadores", disse Carlos Lacerda da Federação de Metalúrgicos.

Ele destacou ainda que as mudança na correção do salário mínimo não prejudicou ninguém como especulava-se na época da adoção. "Foi justamente essa política que mostrou que a adoção da metodologia não quebrou prefeitura, não quebrou ninguém e nem vai quebrar: o que quebra é a corrupção", disse.

Pauta

A pauta da reunião, segundo o Ministério da Fazenda, incluiu a análise da conjuntura econômica. Um dos tópicos discutidos, porém, foi a Medida Provisória (MP) 611, que tributa lucros de multinacionais brasileiras que atuam no exterior. Após cerca de cinco horas de reunião, os empresários presentes ao evento disseram que o governo mudará o texto da MP. No entanto, nem a equipe econômica, nem os dirigentes das empresas detalharam as alterações em estudo.

Pelas regras em vigor, empresas brasileiras com filiais no exterior precisam conviver com três padrões contábeis diferentes, o brasileiro, o europeu e o americano, fator que contribui para dificultar o balanço das multinacionais brasileiras. O governo criou um Regime Tributário de Transição para essas empresas, que vigorará até 2015, mas as empresas reclamam que o novo regime aumenta a carga tributária.

O diretor executivo global de Assuntos Corporativos da Brazil Foods, Marcos Jank, disse que o governo concordou em alterar alguns pontos, mas as mudanças só serão discutidas em reuniões a serem marcadas nos próximos dias. De acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o setor defende que a medida provisória evite a bitributação (cobrança de tributos uma vez no Brasil e outra no exterior).

"Banquete"

Em tempos de aperto fiscal, o "banquete" oferecido pelo ministro da Fazenda a 18 executivos de grandes empresas brasileiras foi pago pelos próprios convidados. Cada empresário teve que desembolsar R$ 40 para almoçar com Guido Mantega e os seus principais secretários. No cardápio, carne e peixe.

 

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste