Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 21/05/2014

Categoria

NO ESTADO - Indústria cresce acima da média do País no 1º tri

O aumento da produção foi puxado pela indústria de vestuário e por petróleo, derivados e álcool e metais

A indústria cearense voltou a crescer acima da média nacional e apresentou, no primeiro trimestre deste ano, expansão de 1,2%, na produção física, em comparação com o igual período de 2013, resultado duas vezes superior à média nacional, que avançou apenas 0,4%, na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

Setorialmente, no Estado, puxaram o ritmo da expansão, a indústria de vestuário , que registrou crescimento físico de 20,0%; petróleo, derivados e álcool, evoluíram 16,5%), produtos de metal registraram incremento de 9,1%, iguais ao crescimento do setor de bebidas, e ligeiramente superior ao de alimentos (+9,0%).

As informações são do Panorama Industrial do mês de maio, divulgado ontem, pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) cearense apresentou expansão de 3,4% até o terceiro semestre deste ano, 1,1% superior ao PIB brasileiro, que cresceu 2,3% no mesmo período.

O desempenho da economia cearense foi influenciado positivamente, segundo o panorama, pela expressiva taxa de expansão da indústria, de 5,6%, com destaque para a indústria extrativa e os serviços industriais de utilidade pública.

Empregos

No primeiro trimestre de 2014 foram criados 3.522 novos empregos no Ceará, registrando uma variação positiva de 0,3%. Responsável por 63,8%, dos novos postos de trabalho gerados no Estado, no período em análise a indústria foi influenciada pelos bons resultados da construção civil, enquanto a indústria de transformação apresentou redução de empregos.

Exportações

Com relação ao comércio exterior, nos três primeiros meses deste ano, o Ceará foi o terceiro maior exportador dentre os noves Estados do Nordeste, exibindo crescimento de 16%, frente ao mesmo período de 2013, o que elevou a participação no total exportado pelo País de 0,54%, para 0,65%.

O setor calçadista continua líder na pauta de exportação do Estado, seguido por óleo combustível, frutas e couros. No período, o setor industrial foi responsável por 79,2% do valor exportado pelo Ceará.

'Carga tributária é maior problema'

São Paulo. O gerente-executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou, ontem, que a carga tributária no Brasil é o maior problema das empresas. "Além disso, a tributação no País, é um dos maiores entraves às exportações", destacou. "Ironicamente, a sua complexidade acaba privilegiando as importações", disse.

Na avaliação de Castelo Branco, o sistema nacional de impostos é "fator de restrição para as empresas e para o crescimento" do País. "Ele restringe a competitividade da nossa economia e tem várias distorções. A carga tributária também é excessiva, apresenta elevada complexidade e, portanto, se torna anacrônica e caótica". Ressalta.

Castelo Branco participou, na manhã de ontem, do Fórum Estadão Brasil Competitivo, Uma agenda tributária para o Brasil, realizado pela Agência Estado em parceria com o Estadão e patrocínio da CNI.

Bitributaçao

"A complexidade do sistema tributário brasileiro traz custos elevados de recolhimento dos impostos para as empresas, incertezas quanto às regras, gerando contenciosos, e dificuldade de harmonização com outros sistemas tributários; causando bitributação" , diz o gerente-executivo de Políticas Econômicas

De acordo com ele, isso provoca distorções e dificuldade de harmonização dos tributos com os parceiros internacionais. "No Brasil, ao contrário dos outros países, temos dois tributos sobre a renda, o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL), o que dificulta muito a harmonização", diz.

'Regimes especiais'

Ele criticou ainda, o grande número de regimes especiais no sistema tributário brasileiro, como Simples, Repes, Repetro, Reidi. "A excepcionalidade acaba sendo a regra, mostra a irracionalidade do sistema e gera obstáculos a avanços na reforma tributária", critica.

Outro problema do sistema tributário nacional, apontado por Castelo Branco, é o excesso na aplicação da substituição tributária. "Ela se justifica em alguns setores para agilizar e viabilizar a tributação, mas os excessos geram insegurança grande e custos para as empresas", adverte o executivo.

Reforma tributária

Para Castelo Branco, a reforma tributária deve ter como objetivos desoneração de investimentos, da folha de salários e das exportações.

"A reforma deve equacionar competências federativas, viabilizar políticas de desenvolvimento regional e tornar eficiente e justa a repartição de recursos entre os entes federativos", disse.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste