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Publicado em: 18/11/2015

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NO CEARÁ - Diminui diferença entre rico e pobre

No ano passado, 10% mais ricos ganhavam 31,5 vezes mais do que os 10% mais pobres. Diferença já foi maior

A elevada discrepância entre a renda média dos mais ricos perante a dos mais pobres é uma realidade em todo o País, da qual o Ceará não difere. Nos últimos 10 anos, contudo, essa diferença de rendimentos tem recuado bastante no Estado, apontam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentados ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Conforme o estudo, os cearenses 10% mais ricos ganhavam 31,5 vezes a mais do que os 10% mais pobres em 2014. Em 2004, os mesmos tinham uma renda média 41,9 vezes superior.

Nota-se, portanto, um recuo de 10,4 pontos percentuais na razão entre a renda média dos cearenses 10% mais ricos e os 10% mais pobres. No País, a queda foi de 13 pontos em 10 anos (de 45,5 para 32,5), enquanto no Nordeste o decréscimo foi de 12,1 pontos (de 46 para 33,9). "Tivemos muitos resultados positivos em 2014, em especial porque alcançamos o menor nível de desigualdade dos últimos 10 anos. Ainda temos um elevado número de pessoas em condições difíceis, mas esse número está caindo", destaca o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba.

Aumento da renda

Conforme a Pnad, a renda domiciliar per capita aumentou em todos os setores da população cearense entre 2004 e 2014, com destaque para as parcelas mais humildes. Os 10% mais pobres, por exemplo, apresentaram um crescimento médio de 85,1% na renda em 10 anos, enquanto os 10% mais ricos viram seus rendimentos subirem 39%. Apesar dessas elevações, o Estado avançou em um ritmo menor que o País e o Nordeste.

Em números reais, o rendimento médio mensal real no Ceará aumentou de R$ 713, em 2004, para R$ 1.113, em 2014. Comparando o primeiro e o último ano, houve um ganho real de 56%. Já a renda domiciliar per capita (dividida por pessoa) média mensal no Estado teve um incremento de 67% nesses 10 anos. Em 2004, era de R$ 369,5, chegando a R$ 619,3 em 2014.

Apesar desses avanços, o Ceará continua possuindo uma das rendas per capita mais baixas de todo o País, lamenta Flávio Ataliba. "Infelizmente é algo histórico, esta nossa condição. Temos uma população muito grande, principalmente na zona rural, que tem dificuldade para gerar renda. A atividade produtiva em si ainda é muito débil nessas regiões, o que condiciona a dificuldade de aumentar os rendimentos", comenta. "No entanto, muitos esforços estão sendo feitos para mudar essa situação, que não será alterada da noite para o dia. Passa por vários fatores estruturantes, inclusive relacionados à educação e saúde", diz.

De fato, a zona rural do Ceará é aquela que mais possui pessoas com baixa renda. Conforme a Pnad, 34,1% da população local está abaixo da linha de pobreza.

Fonte: Diário do Nordeste