Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 23/09/2013

Categoria

Isentos de IOF: Investidor volta a apostar no Brasil

23/09/2013.

São Paulo. Quase R$ 10 bilhões de investidores estrangeiros, já na conta líquida, entraram no País este mês, até o dia 19. E engana-se quem creditar esse movimento ao efeito da decisão do banco central americano de não reduzir agora o seu programa de estímulos.

Desde junho, quando esses investidores ficaram isentos do pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de renda fixa, os estrangeiros estão destinando seus investimentos ao Brasil em volumes históricos recordes, segundo o banco de dados do Citibank, onde ficam guardados 60% dos recursos aplicados no País. Em quatro meses, as entradas superaram as saídas em cerca de R$ 50 bilhões. Os dados ficam ainda mais significativos se confrontados com o diagnóstico do JP Morgan, o segundo maior "guardador" de investimentos estrangeiros, onde estão 17% dos recursos aplicados nas ações e títulos de renda fixa brasileiros.

Juntos, Citibank e JP Morgan detêm a custódia - responsabilidade de guardar e movimentar os ativos financeiros de clientes - de mais de 75% dos cerca de R$ 700 bilhões que estão hoje aplicados no Brasil. Apesar de não detalhar seus números, o JP afirma que não verificou grandes oscilações.

"Nosso cliente tem perfil de aplicação de longo prazo e não saiu do Brasil", diz Ricardo Nascimento, diretor de custódia.

Motivos variados

Os motivos para a migração de tanto dinheiro, mesmo com a volatilidade dos mercados mundiais e os fluxos se movendo dos países emergentes para os Estados Unidos, são variados. O diretor de custódia do Citibank, Márcio Veronese, explica que boa parte do que chegou em junho, cerca de R$ 20 bilhões, foi de investidores que já aplicavam no Brasil, mas em "operações sintéticas", ou seja, que reproduzem o risco sem a necessidade de ingressar capitais efetivamente.

Quando o Ministério da Fazenda decidiu tirar os 6% de IOF que incidiam em operações de renda fixa, esses investidores decidiram efetivamente enviar seus dólares ao País.

Assim, apesar de o fluxo mundial de dólares ter se voltado para os juros crescentes dos títulos do Tesouro Americano, desde maio - quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciou a possibilidade de se reduzir o programa de estímulos monetários - o Brasil também elevou taxas.

 

Fonte: Diário do Nordeste