Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 09/10/2014

Categoria

IPCA DE SETEMBRO - Inflação em 12 meses é a maior desde 2011

Índice alcançou 6,75% no acumulado de 12 meses até setembro. Fortaleza desacelera e aparece entre as menores altas (6,41%)

 

A inflação oficial do Brasil medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o teto da meta estabelecido pelo Banco Central (6,5%). No acumulado de 12 meses até setembro, a taxa foi a 6,75%, a maior alta desde outubro de 2011 (6,97%). Fortaleza, que vinha apresentando as maiores taxas mensais e superando os percentuais do País, aparece com inflação acumulada de 6,41%. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Especialistas se dividem ante a expectativa de fechar o ano dentro da meta. De acordo com o professor do departamento de economia aplicada da Universidade Federal do Ceará (UFC), Almir Bittencourt, a elevação mensal já era esperada por causa da trajetória que o índice vinha apresentando.

A alta demanda e a baixa produção são algumas das principais causas da inflação. “O Brasil apesar de tudo ainda não tem um desemprego alto e o consumo continua”, explicou Paulo Feldmann, professor de economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (Fea/USP).

Bittencourt explicou que o Brasil vive uma situação atípica. A economia está em baixo crescimento, mas os preços estão elevados. O erro na condução da política de preços também é uma influência da alta da inflação, de acordo com Bittencourt. O Governo, como Bittencourt lembrou, tem mantido os preços dos combustíveis e da tarifa de energia constantes.

“O controle da inflação é feito pelo resultado e não pelas causas”, criticou. Os preços, no entanto, precisarão ser reajustados neste ano . Fortaleza não está entre as maiores inflações de setembro. A razão pode estar no crescimento do endividamento das famílias, de acordo com Bittencourt.

A inflação reflete a tendência dos preços e vai aumentando ou reduzindo entre os meses, como explicou o professor do curso de economia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Mário Monteiro. De acordo com ele, Fortaleza estar abaixo da média do País não é uma tendência. ”No longo prazo, vamos convergir para a mesma tendência nacional”, destacou.

Projeção de alta

Feldmann disse acreditar que este ano poderá fechar dentro da meta dependendo como a economia se comporte. No entanto, as perspectivas são ruins. “No ano que vem se pensa uma inflação bem maior do que a deste ano”. Esses 6,5% vão deixar saudades”, destacou. Feldmann.

 SERVIÇO

Confira os dados da pesquisa:

Onde: http://bit.ly/1rWuYGO

 Saiba mais

A meta inflacionária é uma política de Governo para conter preços. Para 2014 e 2015, o centro da meta é 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.

No primeiro trimestre, a economia estava mais aquecida. Agora, a "âncora" da inflação está na menor velocidade do consumo, abatido por juros e inadimplência maiores e um mercado de trabalho menos vigoroso -com desaceleração do número de vagas criadas e da alta do rendimento.

Na visão de especialistas, o Banco Central deixou de perseguir o centro da meta (4,5%) para evitar aumento de juros e um impacto expressivo no consumo, especialmente no das classes de renda mais baixa.

A alta na inflação no país é em partes explicada pela expansão na demanda dos consumidores -incentivada pelo governo, por meio de programas de estímulo ao crédito, que não é acompanhada por uma elevação na produção.

A expectativa do governo é que nos próximos três meses a inflação seja menor do que no ano passado. Assim, haveria condições de o índice se enquadrar na meta estipulada pelo governo, que é de 4,5%.

Fonte: O Povo Online (Jornal O Povo)