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Publicado em: 29/01/2019

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IMPACTO NA ECONOMIA - Onda de ataques vai afetar finanças do Ceará em janeiro, adianta secretário do Governo

Em entrevista a Rádio Tribuna Band News, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior, comentou o desafio do Ceará para recuperar os números

A crise na segurança do Ceará já dura quase um mês e um dos setores afetados é a economia, bem como o turismo. Ao todo, foram 26 dias de ataques criminosos desde o início de janeiro. Em entrevista a Rádio Tribuna Band News, nesta segunda-feira (28), o Secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior, comentou o desafio de recuperar os números e citou planos para a pasta na segunda gestão de Camilo Santana.

“Impacta muito. As pessoas procuram sair menos, consumir menos. O turismo retrai”, comentou Maia Júnior. “Isso já se vê, mas depois do dia 10 de fevereiro podem fazer avaliação com a Secretaria da Fazenda de qual foi a redução de arrecadação de impostos no mês de janeiro”, reforça.

Confira abaixo trechos da entrevista. O secretário falou ainda sobre investimento em novas tecnologias, economia criativa e a importância da ajuda do Governo Federal no desenvolvimento dos estados nordestinos.

Crise na Segurança

“Impacta muito na secretaria, a de turismo também. Isso já se vê, mas depois do dia 10 de fevereiro podem fazer avaliação com a Secretaria da Fazenda de qual foi a redução de arrecadação de impostos no mês de janeiro. As pessoas procuram sair menos, consumir menos. O turismo retrai. Com as boas condições de ambiência que o empresário de fora vê é a segurança, a segurança jurídica, bons governos, a governabilidade para solução de problemas, a questão fiscal, a desburocratização para investimentos. Esse é o grande desafio que estou conversando com as pessoas da secretaria. Quem investe não é o governo, mas ele tem que facilitar para que o investimento privado invista no Ceará. Nós estamos na expectativa, com a secretaria de Turismo, de uma resposta mais rápida. Mas todos nós sabemos do tamanho da gravidade. Tanto que é que é o próprio governador que é o gestor do gabinete de crise.”

Apoio do Governo Federal

“O Ceará vem se superando porque suportar num estado pobre, com seis anos de estiagem, falta de regularidade nas chuvas, ataca a renda rural e a maior parte da pobreza também se concentra na área rural. É uma economia resiliente. O estado do Ceará trabalha com a mesma receita desde 2014. É um estado que ainda está equilibrado, mas nós vivemos numa república. Sem uma recuperação econômica do Brasil, dificilmente se recupera. Mas não se faz recuperação com decretos e discurso. É preciso instrumentos. O Nordeste, por exemplo, precisa de investimentos. Os investimentos dos aeroportos, que estão acontecendo, são fruto dos esforços estaduais, atrás de criar condições de desenvolvimento. No turismo, o trabalho que o secretário de Turismo realiza com o Hub, a partir de março vai ter cerca de 160 voos para o exterior. Isso são vantagens competitivas que estamos melhorando. O projeto de desenvolvimento do Ceará precisa do apoio federal como precisam todos os estados nordestinos. Os governadores nordestinos deveriam exigir um projeto de desenvolvimento para a região.”

Construção Civil

“A construção civil há 36 meses não tem um semestre positivo no Ceará. Não tem empresa de capital de giro que sustente negócio de 36 meses sem retorno. Aqui no estado continua resistindo porque o estado vem investindo. Nenhum estado do Brasil está conseguindo taxas semelhantes. O que fez ativar um pouco a economia do Ceará foi exatamente o investimento público, mas nenhum do Governo Federal praticamente. O Nordeste não pode ser visto como está sendo visto pelo ministro da economia. Aqui ainda tem que ser capital público gerando emprego.”

Ampliação de investimentos no Ceará

“São dois tipos de investimento. O primeiro são as concessões públicas. Os estados do Nordeste têm muita limitação para fazer concessão pública. A Cegás, a Cagece, que atualmente não estão no plano de concessão do governo… O que houve foi um estudo que elencou uma série de áreas potenciais para que o estado pudesse fazer concessões. Algumas a gente avançou bastante. Ano passado, 30% do porto do Pecém foi vendido aos holandeses. Tem também o processo de construção da primeira grande dessalinizadora do Nordeste, estamos avançando com o processo de desospitalização no sentido de operar leitos hospitalares para pacientes terminais. Isso era quase que construir um hospital novo, se por acaso a gente conseguir parceiros para o projeto. Tem a linha Sul do metrô, assim como a construção do VLT, a construção do metrô Leste, tem o Centro de Eventos… Há uma série de projetos, com o secretário Mauro Filho à frente, isso vai dar uma continuação de investimentos privados e públicos na concessão.

O outro tipo é o investimento privado. Para isso, a secretaria de Desenvolvimento Econômico, a secretaria de Turismo, que é um eixo na área de serviço, tem as economias criativas com a secretaria de Cultura à frente, através de instrumentos criativos e tem uma economia por trás dessas festas que rodam o estado inteiro. E o pequeno e familiar empreendedor rural, que fica a cargo da secretaria do Desenvolvimento Agrário. Estamos trabalhando numa ambiência no Estado para que a gente possa ter uma política de desenvolvimento econômico mais agressiva. A meta é alcançar a maior taxa de crescimento econômico nos últimos 20 anos no Ceará. Outra é gerar empregos. É isso que vamos construir até março.”

Empresas

“A própria União coloca como prioritária a redução de cargas tributárias porque há uma reação dos estados produtores em relação aos estados consumidores. É uma equação difícil. Mas nós, no estado, não estamos trabalhando com aumento de carga tributária.”

Energia

“Nós temos uma base econômica no Ceará que a gente tem que voltar a dinamizar, que é têxtil e calçados. Pode ser que a gente possa encontrar um nicho de oportunidade no mercado de trabalho e as energias renováveis é uma delas… Ela gera muito emprego, mas os salários são baixos e faz com que as pessoas não consumam mais. Mas para o município de Aquiraz conquistamos a chegada para a Vestas, a inteligência artificial do processo, onde gera valores agregados, que produz turbinas semelhantes às usadas no avião.”

Investimentos no interior

“Estamos trabalhando para anunciar uma cervejaria da Itaipava no Crato. Essa indústria de inovação que acontece nos grandes centros urbanos, startups, produtos. Nós temos uma política de incentivos fiscais e vamos remodelar. Ela não vai contemplar só a indústria, mas as áreas de serviços como novas tecnologias e o pequeno empreendedor. Temos incentivos para o comércio. Precisamos de um projeto mais vigoroso para a região Nordeste pela desigualdade que há aqui.”

Planos para a pasta

“O meu olhar é estruturar a secretaria para que seja capaz de fazer desenvolvimento econômico, gerar trabalho e que o investimento privado se amplie e termos oportunidades. O Hub aeroportuário, ampliação forte da economia do turismo, temos o comércio e uma indústria forte de serviço, podemos fazer produção agrícola maior que essa, sobretudo com investimentos com a transposição do São Francisco… A obra dentro do estado já está totalmente pronta. Agora a obra apresentou problemas de manutenção em trechos anteriores ao da chegada no Ceará, que estão sendo reparados pelo governo federal. Eles falam que até abril ou maio esses ajustes estariam concluídos e que em 90 a 120 dias a água liberada comece a correr no Castanhão.”

Fonte: Tribuna do Ceará | Por Tribuna Bandnews FM