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Publicado em: 15/05/2014

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IBGE: Vendas de veículos em março são as piores desde novembro de 2008

RIO - A combinação entre aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), diminuição do crédito e efeito calendário fizeram as vendas de veículos e motos, partes e peças terem o seu pior resultado em março desde novembro de 2008, quando a economia brasileira sofria efeitos da crise financeira mundial.

Em março, as vendas do setor recuaram 16% ante igual mês do ano passado. Em novembro de 2008, na comparação interanual, a baixa tinha sido de 20,3%.

"É preciso considerar que as vendas das concessionárias são feitas cada vez menos com a participação de veículos com IPI reduzido e, neste ano, o Carnaval caiu em março, enquanto em 2013, tinha sido em fevereiro", disse Aleciana Gusmão, técnica da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Nilo Lopes, também do IBGE, março de 2013 foi um período de grandes vendas, o que elevou a base de comparação. "Março foi o segundo melhor mês, em 2013, para o comércio, ficando atrás somente de dezembro", disse.

Aleciana acrescentou que o crédito está em desaceleração. Dados do Banco Central indicam que, em 12 meses encerrados em março, o saldo de crédito com recursos livres cresceu 6,5%. Em igual período do ano passado, esse crescimento era de 12%.

"As vendas de carros são muito dependentes do crédito", disse Aleciana. Ela também lembrou que o comércio está crescendo menos neste ano do que em 2013 em razão do arrefecimento na atividade econômica.

A Pesquisa Mensal de Comércio mostrou que as vendas do varejo restrito caíram 0,5% na passagem de fevereiro para março, descontando-se os efeitos sazonais. É o pior resultado desde abril-maio de 2012, quando o setor caiu 0,7%, na série dessazonalizada.  

Em relação a março de 2013, o segmento recuou 1,1%. Na comparação interanual, esse foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 2002. Com o resultado de março, o varejo restrito acumulou alta de 4,5%, a mesma variação observada em 12 meses.

"Houve arrefecimento da atividade [econômica] nesses meses. A conjuntura tem reflexo sobre o resultado do comércio. Quando a economia não se comporta bem, isso se reflete no varejo. Menor ritmo de crescimento do crédito e menor efeito do IPI [Impostos sobre Produtos Industrializados] impactam o setor", disse Aleciana.

 

Por Diogo Martins

Fonte: Jornal Valor Econômico – www.valor.com.br