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Publicado em: 19/12/2014

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FORMAIS - Ceará cria 8 mil vagas no mês; maior saldo do NE

Resultado representa um avanço de 0,65% em relação ao estoque de assalariados com carteira do mês anterior

Ao contrário do que aconteceu em mais de dez estados do País, que registraram retração, o Ceará fechou o mês de novembro com avanço no saldo de empregos celetistas, tendo em vista que 8.032 postos foram gerados no Estado. O resultado representa um acréscimo de 0,65% no estoque de assalariados com carteira assinada, na comparação com outubro. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, nos primeiros onze meses de 2014, houve acréscimo de 50.752 postos no Ceará, enquanto que, nos últimos 12 meses, verificou-se crescimento de 47.845 empregos celetistas.

No Nordeste, o Ceará foi destaque absoluto na geração de novos postos formais, sendo o estado da região com o saldo mais positivo para o mês de novembro. Para se ter uma ideia, Alagoas, que ficou na segunda posição, criou 4.277 empregos celetistas no período - pouco mais da metade do valor alcançado em território cearense.

"Tivemos um resultado diferente da maioria dos estados brasileiros, que avançaram pouco ou registraram retração", conta o analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita. Pernambuco, por exemplo, fechou 6.154 postos no mês passado - o pior resultado regional. Ainda no Nordeste, a Bahia também fechou novembro com um bom saldo de empregos celetistas, já que teve um incremento de 2.904 postos. Paraíba (2.448) e Sergipe (2.103) também se destacaram, mas, em contrapartida, o Maranhão registrou um acentuado fechamentos de vagas (-3.968).

Comércio puxa

Tradicionalmente forte nos meses de novembro e dezembro, por conta dos festejos de fim de ano, o comércio foi a atividade que mais se destacou na geração de empregos com carteira assinada no mês passado. De acordo com o Caged, 5.501 postos foram criados pelo setor no período. "Trata-se de uma expansão para atender a demanda. Quando essa época chega, não tem hora extra que dê jeito para dar conta dos clientes. É preciso contratar", avalia Erle Mesquita.

Segundo o analista de mercado de trabalho do IDT, a inauguração do Shopping RioMar Fortaleza, no fim de outubro, e do Off Outlet Fashion Fortaleza, no início de novembro, impactaram fortemente na geração de postos formais do mês passado.

Além do comércio, a expansão do emprego formal no setor de serviços (1.541 postos) também foi decisiva para o bom desempenho cearense em novembro. Conforme Erle Mesquita, vale ressaltar, também, a participação da construção civil na expansão dos empregos celetistas ao longo de 2014. "O setor foi um grande destaque neste ano, já tendo acumulado, entre janeiro e novembro, a criação de 12.785 novos postos formais. No mesmo período de 2013, o número era de 7.021", comenta.

Em novembro, três setores da atividade econômica cearense registraram saldo negativo, ou seja, demitiram mais do que contrataram. A pior situação foi a da agropecuária, com 281 postos a menos. A atividade extrativa mineral (-16) e administração pública (-10) também recuaram.

Concentração na Capital

Apesar do bom desempenho do Ceará em novembro, Erle Mesquita lamentou o fato da geração de postos formais ainda estar bastante concentrada em Fortaleza e em sua Região Metropolitana (RMF). "Sete em cada dez postos criados estão localizados na Capital", afirma.

De acordo com o Caged, somente a RMF registrou saldo de 6.804 empregos formais no mês de novembro. Para se ter uma ideia da concentração, apenas Fortaleza respondeu por 5.686 vagas (31.378 admissões e 25.692 demissões), isso sem falar em Caucaia, com outras 787, Eusébio (344) e Aquiraz (126).

No interior, destaque para Sobral, que registrou 462 novos empregos formais (1.318 admissões e 856 demissões). Juazeiro do Norte (saldo de 281 vagas), Missão Velha (89) e Brejo Santo (81) completam os destaques interioranos, segundo o Caged.

Áquila Leite - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste