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Publicado em: 02/01/2014

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ESTOQUE SEM AUMENTO - Veículos mais caros com alta do IPI, airbag e ABS

02/01/2014.

Como repasse de custos, Ministério da Fazenda já estima que o preço dos carros populares deverá subir de 4% a 8%

Fortaleza/Brasília. Desde ontem, todos os automóveis fabricados no Brasil passaram a ter que sair das fábricas com airbag e sistema de freios ABS. Estes itens agora são obrigatórios e não podem mais ser vendidos como opcionais. A medida cumpre uma determinação aprovada em 2009 pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O porcentual de carros novos com esses itens aumentou gradualmente desde 2010 até chegar aos 100% neste ano.

Junto com a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), também desde ontem, a inclusão desses mecanismos de segurança deve aumentar o preço dos automóveis.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já previu que o preço dos carros populares deverá subir de 4% a 8%, como repasse dos custos. A Associação Nacional dos Fabricantes de veículos Automotores (Anfavea) estimou que o valor da instalação dos equipamentos seria de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil nos carros que ainda não possuíam os itens.

Só até o dia 10

Em Fortaleza, o consumidor poderá encontrar automóveis com IPI reduzido até o próximo dia 10, segundo informa o presidente da Federação Nacional de Veículos Automotores no Ceará (Fenabrave-CE), Fernando Ponte. "Os estoques das concessionárias estão baixos, por isso, os interessados em comprar veículos com preços mais em conta devem correr para fechar bons negócios", destaca. Em 2013, foram vendidos na Capital cerca de 60 mil carros novos, o que representa um aumento de 3% frente ao ano anterior. "Foi um crescimento positivo, apesar das dificuldades que enfrentamos, com a retração dos bancos em relação aos financiamentos", acrescenta Ponte.

Temendo um impacto grande na inflação com o reajuste das tabelas nas concessionárias, o ministro Mantega cogitou adiar a entrada em vigor da obrigatoriedade do airbag e dos freios ABS por um ou dois anos, mas voltou atrás. O governo também temia demissões nas fábricas. No entanto, Mantega obteve a garantia das montadoras de que os trabalhadores serão absorvidos em outra área da produção.

O que mudou

As alíquotas de IPI estavam reduzidas desde maio de 2012 para tentar estimular as vendas e a economia e, agora, serão recompostas em duas etapas. No caso do carro popular, com motor 1.0, a alíquota a partir desse mês passará de 2% para 3% e, em julho, para 7%, voltando assim aos níveis normais.

Nos veículos de até 2 mil cilindradas flex, a alta no período será de 7% para 9% e, a partir de julho, para 11%. Já para os carros da mesma potência, mas movidos apenas a gasolina, o aumento será dos atuais 8% para 10%, voltando para 13% no segundo semestre. O governo anunciou ainda elevações para utilitários e utilitários de carga de 2% para 3%. A partir do segundo semestre, a taxa do primeiro grupo será de 8% como era antes e a do segundo, de 4%, metade do que vigorava até o ano passado. Para os caminhões, a decisão foi manter a alíquota em zero, em vigor desde janeiro do ano passado.

O aumento do IPI tem como objetivo reforçar a arrecadação do governo. O Ministério da Fazenda estima que arrecadará R$ 950 milhões a mais até junho.

IPI da linha branca não muda agora

Brasília/Fortaleza. As alíquotas atuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca vão continuar a valer, sem data prevista de mudança, informou na última sexta-feira o Ministério da Fazenda.

De acordo com o ministério, quando as novas alíquotas foram anunciadas, em outubro, já não havia previsão de término da medida para eletrodomésticos da linha branca. Com isso, a alíquota do fogão continua em 4%; da geladeira, em 10%; do tanquinho, em 5% e da máquina de lavar, em 10%, como anunciado em outubro pelo governo.

Originalmente, o IPI da linha branca correspondia a 4% para os fogões, 10% para os tanquinhos, 15% para as geladeiras e 20% para as máquinas de lavar. Em abril de 2009, as alíquotas foram reduzidas, mas voltaram ao normal em fevereiro de 2010. Em dezembro de 2011, a linha branca teve nova desoneração. Os móveis e painéis pagavam originalmente 10% de IPI e estavam com a tributação reduzida desde novembro de 2009.

As alíquotas foram diminuídas e estão sendo gradualmente recompostas desde fevereiro deste ano. Ao reduzir as alíquotas, o objetivo do governo era estimular setores diante da crise econômica mundial.

Aumento para móveis

Na semana passada, o governo anunciou a mudança na alíquota do IPI para móveis de 3,5%, válida até 31 de dezembro, para 4%, a partir de ontem, 1º de janeiro. Esta é a terceira mudança no imposto em menos de um ano promovida pelo governo federal. Ao todo, foram três mudanças na alíquota: em fevereiro, julho e outubro de 2013.

Repasse em fevereiro

No entanto, os móveis fabricados no Ceará só deverão ficar mais caros nas lojas do setor no Estado no próximo mês - quando chegam as primeiras peças fabricadas com IPI de 4%. "Como o mercado já esperava, essa mudança não afetou as encomendas para janeiro. Elas são feitas geralmente no começo do ano e nós as entregamos com 30 ou 45 dias, que é quando os preços devem subir nas lojas", afirmou o presidente do Sindicato da das Indústrias de Móveis do Ceará (Sindmoveis), Geraldo Osterno Júnior.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste