Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 23/02/2015

Categoria

ENERGIA ELÉTRICA - Novos linhões para eólicas custarão R$ 6 bilhões

Brasília. Os prejuízos bilionários provocados nos últimos dois anos pela inexistência de linhas de transmissão para distribuir a energia gerada em parques eólicos já prontos levaram o governo a antecipar o planejamento de novas redes. É uma tentativa de evitar a repetição de um velho problema. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, acaba de listar centenas de obras necessárias para garantir a chegada da energia dos ventos do Nordeste aos consumidores do Sudeste, onde está concentrada a maior parte da demanda.

Os estudos apontam que será preciso investir R$ 6 bilhões em 4.087 km de novas linhas de transmissão para ampliar o alcance entre os Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. Paralelamente, será necessário desembolsar mais R$ 600 milhões em interligações regionais, com 1,2 mil km de novas redes entre os Estados do Nordeste, segundo o relatório. Os projetos têm previsão de conclusão até 2019.

A maior parte desses projetos deve atender usinas eólicas já licitadas e que estão em etapas iniciais de construção. Em 2013, o governo contratou 7.145 megawatts (MW) de potência eólica no País - 4.503 MW serão gerados pelos cataventos da Região Nordeste. "O significativo aumento da geração de energia na Região Nordeste torna necessário o correto dimensionamento da expansão dos sistemas de interligação regionais, especialmente a interligação Nordeste- Sudeste", informa a EPE. A exportação de energia eólica do Nordeste para o Sudeste ocorrerá porque, segundo a autarquia, haverá um "excedente de oferta de energia elétrica na região" em meses de ventos mais fortes.

Bolso do consumidor

O atraso crônico nas linhas de transmissão tem custado bilhões ao consumidor de energia. Em 2012, quando os primeiros projetos eólicos ficaram prontos para entrar em operação, as linhas chegaram a atrasar até dois anos, o que adiou o início de operação dessas usinas para junho de 2014. Esse descompasso custou nada menos que R$ 2 bilhões à população, dinheiro que foi usado para remunerar parques eólicos desligados, já que eles cumpriram o cronograma de entrega da obra.

Fonte: Diário do Nordeste