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Publicado em: 18/07/2014

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Endividamento atinge 63,3% dos consumidores

Neste mês de julho, o nível de endividamento, em Fortaleza, apresentou cresceu novamente, comportamento semelhante observado na proporção de consumidores com dívidas em atraso e piora na taxa de comprometimento da renda familiar com o pagamento de dívidas. Essa situação está sendo vivenciada por 63,3% dos fortalezenses que afirmaram possuir, neste mês, algum tipo de dívida.

O índice é 2,5% maior do que o verificado no mês de junho, segundo a Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada, ontem, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Conforme o IPDC (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio) - ligado à Fecomércio-CE -, a falta de planejamento orçamentário continua como problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. A pesquisa toma por base dados coletados, mensalmente, com cerca de mil consumidores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

COMPROMETIMENTO

A proporção dos consumidores com contas ou dívidas em atraso teve alta de 1,3%, passando de 17,8%, em junho, para os atuais 19,1%, enquanto que o tempo médio de atraso permaneceu em 59 dias na comparação mensal. A principal justificativa para que os consumidores atrasem suas contas continua sendo o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes –, citado por 66,5% dos consumidores. Em segundo lugar, vem o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 21,6%, seguindo pela perda de prazo do pagamento por esquecimento (10,5%).

Dos instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores, além do cartão de crédito – que é líder de preferência, citado por 82,6% dos entrevistados –, estão o financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,9%; carnês e crediários (7,4%); e empréstimos pessoais, também com 7,4% das respostas. O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.104,00, sendo que o prazo médio é de sete meses, comprometendo 30% da renda familiar, contra 27,6% registrado no mês anterior. A pesquisa aponta que esse endividamento foi influenciado por compras de itens de alimentação (48% das respostas), seguido por eletrônicos (36,5% das respostas), artigos de vestuário (36,1%), e despesas com educação e saúde (22,1%).

INADIMPLÊNCIA

Por outro lado, a taxa de inadimplência potencial – proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos –, caiu 0,7%. Este mês, a taxa chegou a 4,8%, contra 5,5% apresentado em junho. Quanto ao perfil do consumidor inadimplente, há preponderância do grupo de consumidores do gênero feminino (5,1%), com idade acima dos 35 anos (5,6%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (5,2%).

A Pesquisa de Endividamento também revela que 76,1% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. 13,5% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 10,5% dos entrevistados informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

DESCONTROLE

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, estão o aumento dos gastos considerados essenciais (para 33,2% dos entrevistados); seguido de compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 32,5%; falta de orçamento e controle dos gastos (24,6%); e gastos com imprevistos (18,7%).

 

Fonte: Jornal O Estado