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Publicado em: 26/05/2015

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CORTES NO ORÇAMENTO - Levy: Receitas previstas estão fora da realidade

O ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que as receitas caíram e o PIB trimestral deve apontar retração

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou ontem que o bloqueio de gastos anunciado pelo governo foi necessário porque as receitas consideradas no Orçamento aprovado há um mês não estão “nem próximas” da realidade.

 “Contingenciamento é uma parte da estratégia. É necessário porque as receitas previstas no Orçamento, que foi aprovado um mês atrás, não têm conexão com a realidade da arrecadação”, admitiu. “Cortou-se com muita cautela, equilíbrio, na medida em que se poderia fazer, inclusive sem impor o menor risco em relação ao crescimento”, completou.

Depois de ter faltado ao anúncio do corte no Orçamento, Levy acionou sua assessoria de imprensa para falar a jornalistas na entrada do ministério, e defendeu o tamanho do bloqueio. “Acho que o contingenciamento foi no valor adequado.”

Levy, que é pouco afeito a falar com jornalistas na entrada do ministério, articulou essa declaração sobre o contingenciamento após especulações de que teria faltado ao anúncio por discordar do corte de quase R$ 70 bilhões anunciado na última sexta. Ele teria defendido uma tesourada mais severa, o que não foi acatado.

Competitividade

Segundo Levy, há outras políticas “estruturais” que estão sendo executadas, como realinhamento de preços, concessões e redução de subsídios a bancos públicos. Nesse último caso, ainda é preciso encontrar um novo modelo, disse.

Levy defendeu ontem que é preciso olhar para o tema da competitividade e da produtividade, e que é preciso ter uma situação mais “equilibrada” do ponto de vista das receitas. “O Brasil tem que fazer um ajuste estrutural.”

Segundo ele, a indústria não reagiu aos incentivos fiscais dados pelo governo, e por isso é preciso pensar em outras medidas. “Nós temos um problema de arrecadação”.

Levy admitiu que não será uma surpresa se o resultado trimestral do PIB (Produto Interno Bruto) a ser divulgado nesta semana for de retração. E defendeu novamente o ajuste fiscal em curso para colocar a economia do país em rota de crescimento. (Folhapress)

Fonte: O Povo