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Publicado em: 29/04/2014

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CONSUMO - Inflação já altera comportamento, diz Nielsen

29/04/2014.

Responsável por mais da metade do abastecimento de produtos de uso doméstico, o setor atacadista espera crescer 3,5% neste ano. Em 2013, a alta foi de 4,4%

A Nielsen Brasil, principal empresa de pesquisa de consumo de varejo no País, aponta uma nova tendência de comportamento do consumidor brasileiro por conta do medo da inflação. Um dos principais traços identificados é a opção por reduzir o consumo de comida fora de casa, optando por comprar os alimentos in natura. Esta é uma das explicações para as projeções positivas do setor atacadista, O presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), José do Egito Lopes Filho, prevê crescimento de 3,5% até o fim do ano, depois de crescer 3% no primeiro trimestre e 4,4% em 2013.

O diretor de atendimento da Nielsen, Olegário Araújo, disse ao O POVO que na lista de comportamentos apontados pela Nielsen está a decisão do público de optar por marcas mais baratas. Outra atitude é a maior diversificação de canais. Noutros termos, o consumidor está mais atento para comprar onde for mais barato, variando os formatos de lojas. Temendo o aumento de preços, ele também está preferindo fazer feiras para o mês. O tamanho das embalagens das compras também muda. “Em vez de um biscoito maior, por exemplo, ele leva uma embalagem menor”.

A tendência tem impacto direto no setor de distribuição. Dados de Nielsen apontam que 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro caixas) e 40% dos supermercados médios (de cinco a 19 caixas) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras. José do Egito diz que os pequenos e médios varejistas são os que mais atendem os consumidores das classes C, D e E.

Para ele, o resultado de 2013 demonstra que a disposição para o consumo de bens não duráveis é maior do que a cautela quanto ao endividamento e inflação. “Ele substitui produtos, mas não deixa de consumir, afinal ele ainda mantém o emprego e a renda”.

Ranking

O Ranking Abad/Nielsen 2014 – ano base 2013, pesquisa realizada anualmente, revelou além dos 4,4% de crescimento real (2,1 pontos percentuais acima do PIB nacional), 10,6% em termos nominais, atingindo faturamento declarado de R$ 197,3 bilhões.

Os agentes de distribuição responderam por uma fatia de 52% do mercado mercearil do País. Foi o nono ano seguido em que os atacadistas superaram os 50%. O segmento mercearil corresponde aos itens de consumo doméstico como alimentos, bebidas, produtos de higiene, limpeza e cuidados pessoais.

Os números divulgados pela Abad são apurados a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas do setor associadas à Abad e analisados pela consultoria Nielsen, em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA). O universo total de empresas que responderam a pesquisa foi de 488 atacadistas e distribuidores. Isso equivale a um terço do total em operação.

Os estados da região Sudeste continuam responsáveis por quase metade do faturamento do setor, enquanto o Nordeste teve o maior número de respondentes, com 212 empresas.

*O jornalista viajou a convite da Abad

TENDÊNCIAS DO CONSUMIDOR

1. Reduzir consumo fora de casa e serviços supérfluos

2. Diversificar canais e procurar mais custo/ benefício

3. Reduzir idas ao ponto de venda

4. Mudar o tamanho da embalagem conforme o preço

5. Optar por marcas mais baratas

6. Começar a racionar as compras caso elas não caibam no orçamento

Fonte: Nielsen

Saiba mais

O Makro Atacadista S/A ocupa a primeira colocação geral no segmento atacadista distribuidor, o que se repete há pelo menos cinco anos.

De acordo com o Ranking ABad/Nielsen 2014 – ano base 2013, o Makro apresentou crescimento de 9,8% em 2013 ante o ano anterior, atingindo um faturamento de R$ 7,43 bilhões. Em segundo e terceiro lugar ficaram, respectivamente, Grupo Martins (primeiro lugar no modelo atacado de entrega) e Profarma.

Fonte: O Povo Online (Jornal O Povo)