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Publicado em: 18/02/2014

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COMPARADO A 2012 - BNDES aporta R$ 2,48 bi no Ceará em 2013; 17,4% a menos

18/02/2014.

Na região Nordeste, o Ceará ficou com apenas a 5º posição no ranking das empresas que mais buscaram crédito

No ano em que se esperava um salto nos investimentos em obras de infraestrutura e na indústria de transformação - em face do volume de negócios e atividades anunciados para a Copa do Mundo de 2014, para os empreendimentos em curso e para alavancar o ritmo da produção - os desembolsos do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Ceará, voltaram a recuar em 2013, retornando ao mesmo montante financiado em 2011. No ano passado, a instituição financeira desembolsou R$ 2,484 bilhões, distribuídos em 24.337 operações financeiras no Estado, valor 17,4% inferior aos R$ 3 bilhões registrados em 2012.

Os financiamentos liberados pelo banco para a indústria cearense despencaram de R$ 645,6 milhões, em 2012, para R$ 379,4 milhões, uma queda de 41,2%, puxada por recuos em todos os segmentos do setor, à exceção da metalurgia e produtos derivados. Os segmentos de materiais de transporte "frearam" 94,6%, a indústria extrativa reduziu 70,6% dos financiamentos e a indústria têxtil e de vestuário "esfriou" 72,7%, em 2013, em relação aos desembolsos do BNDES em 2012.

Fora dos trilhos

No setor de infraestrutura, área na qual o Estado mais precisa avançar, como forma de tentar minimizar os desequilíbrios socioeconômicos regionais históricos, os desembolsos do BNDES recuaram quase um terço, mais precisamente, 28,8%. No ano passado foram liberados R$ 834,7 milhões, por meio de 1.408 operações de crédito, enquanto, em 2012, foram financiadas 1.608 operações, que absorveram R$ 1,172 bilhão.

O transporte ferroviário, a Transnordestina - grande esperança do setor produtivo para baratear e agilizar o escoamento de produtos e mercadorias e até mesmo do próprio governo Estadual, para dinamizar as operações do Porto do Pecém e viabilizar a refinaria de petróleo e a siderúrgica - parou na "estação". Em 2013, nada foi liberado para o segmento, que, em 2012, financiou minguados R$ 36,8 milhões, em apenas três operações no BNDES. O transporte rodoviário e demais atividades do setor também recuaram, reduzindo, respectivamente, 11,8% e 62,1%. Para o primeiro, foram financiados R$ 182,8 milhões, divididos em 956 operações, enquanto outros transportes absorveram R$ 12 milhões, distribuídos em 86 transações financeiras no ano passado.

Energia elétrica

Nem mesmo os apagões de energia elétrica seguidos, registrados no Nordeste e que afetaram o Ceará, instigaram maiores demandas das empresas e mais liberação de crédito por parte da instituição. De 2012 para 2013, o número de operações do segmento de energia elétrica aumentou de 40 para 50, alta de 25%, mas os desembolsos retroagiram 31,3%, passando de R$ 800,9 milhões, para R$ 550,1 milhões, nos últimos dois anos.

Até mesmo os financiamentos para serviços de utilidade pública diminuíram 59,1%, passando de R$ 93,3 milhões em 2012, para R$ 34,1 milhões, no ano passado.

Telecomunicações

No setor de infraestrutura, a única atividade que apresentou crescimento no volume de desembolsos foi a de telecomunicações, que financiou R$ 39,3 milhões, em 2013, ante R$ 700 mil, no ano anterior. Nos últimos dois anos, o número de operações saltou de 100 para 150.

Comércio e serviços

Base da economia cearense, os setores de comércio e serviços e a agropecuária, foram os únicos que registraram incrementos, de 5,5% e 37,%, respectivamente, nos montantes de liberações do BNDES no ano que passou. As lojas e prestadoras de serviços financiaram, em 2013, R$ 1,207 bilhão, por meio de 17.115 operações de crédito, número 5,2% maior do que as 16.272 fechadas no ano anterior. Já as empresas agropecuárias financiaram R$ 63 milhões, em 2013, ante R$ 45,9 milhões no ano anterior. O número de financiamentos caiu de 307 para 270. Sem um escritório no Estado, o BNDES opera por meio de um posto, instalado na sede da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).

Ranking no País

No Brasil, os desembolsos do BNDES em 2013, somaram R$ 180 bilhões, um crescimento de 8% sobre os valores financiados no ano anterior. Desse total, R$ 26,587 foram liberados para os nove Estados do Nordeste.

Na região, as empresas do Ceará ocupam a 5ª posição no ranking das que mais financiamentos buscaram no banco. Com R$ 9,28 bilhões, a Bahia lidera em volume de recursos liberados; seguida, de longe, com R$ 3,63 bilhões, para as empresas pernambucanas.

Os sete estados do Sudeste e Sul concentram 72,2% dos desembolsos, abocanhando R$ 130 bilhões; sendo R$ 87 bilhões liberados para o Sudeste e R$ 43 bilhões, para o Sul.

 

Repórter: Carlos Eugênio

Fonte: Jornal Diário do Nordeste