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Publicado em: 02/09/2014

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COMÉRCIO EXTERIOR NO PAÍS - Pela 1ª vez no ano balança no azul

Brasília. A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 1,17 bilhão no mês passado, o pior resultado para meses de agosto dos últimos 13 anos. O valor, no entanto, surpreendeu os analistas de mercado que estimavam um saldo muito menos expressivo (US$ 400 milhões). O resultado de agosto só foi positivo porque o País registrou a exportação de uma plataforma de exploração de petróleo no mesmo valor.

O saldo positivo de agosto levou a balança comercial a ficar no azul pela primeira vez neste ano. Foi registrado um superávit de US$ 249 milhões nos oito primeiros meses de 2014. A virada da balança comercial para superávit aconteceu este ano muito antes do que o observado em 2013. Em igual período de 2013, o saldo da balança estava negativo em quase US$ 3,75 bilhões.

Ajudaram nesse desempenho melhor em 2014 a redução do déficit da chamada conta-petróleo e a redução das importações por conta do baixo nível de atividade econômica. O déficit da conta-petróleo soma US$ 10,88 bilhões de janeiro a agosto, US$ 5,5 bilhões a menos que no mesmo período de 2013. As importações de combustíveis e lubrificantes cresceram 30,6% em agosto, enquanto as exportações subiram 23,5%.

Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o comportamento da balança no decorrer do ano não deve ser nada de espetacular, mas o resultado de agosto não deixa de ser uma boa notícia, num período de más informações para a economia brasileira. "O que eu vejo é uma situação melhor das exportações brasileiras ao longo do terceiro trimestre", disse, lembrando que, na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, a parte ligada às exportações já havia sido uma das poucas com conteúdo positivo.

Plataformas

As exportações de plataformas de exploração de petróleo passaram a melhorar os números. Em julho, já havia sido exportada uma plataforma no valor de US$ 866 milhões. Essas operações, no entanto, são apenas contábeis porque o equipamento não deixa o Brasil. No jargão técnico, é chamada de exportação ficta, operação na qual a Petrobras vende a plataforma para uma subsidiária no exterior, mas permanece com ela no Brasil numa espécie de aluguel. No ano passado, os dados da balança comercial foram distorcidos pela exportação de sete plataformas, sem as quais o resultado de 2013 teria sido deficitário.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste