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Publicado em: 30/04/2014

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Brics avaliam receber recursos de outros países

30/04/2014.

O Banco deve nascer em Fortaleza, na reunião de cúpula dos Brics, que acontece em julho. Meta é de um fundo de US$ 100 bilhões, com iniciais US$ 50 bilhões

O Banco dos Brics (grupamento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deve receber inicialmente US$ 10 bilhões de cada país membro, totalizando um capital inicial de US$ 50 bilhões. A meta é chegar a US$ 100 bilhões de forma a ser definida na reunião de cúpula que acontecerá em Fortaleza nos dias 15 e 16 de julho, conforme ressaltou ao O POVO Flávio Damico, diretor do Departamento de Mecanismos inter-regionais do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Segundo Graça Lima, subsecretário de Assuntos Políticos II do MRE, está em discussão a abertura do fundo para outros países, o que deve ser definido na reunião de cúpula.

De qualquer forma, ele ressalta, que os membros dos Brics seriam acionistas majoritários do Banco, o que garantiria a atuação independente da instituição. Ambos os diplomatas participaram da reunião preparatória dos Brics ontem na Universidade de Fortaleza (Unifor). Além da criação do Banco, esperada para a reunião de Fortaleza, também estão na pauta da VI Conferência de Cúpula do Brics a definição sobre a sede da instituição, o aporte financeiro e o modo de atuação.

“A entidade vai reforçar o papel que já tem o Banco Mundial, mas para projetos de infraestrutura nos países membros do Brics, com aportes dos cinco países. E irá emprestar uma identidade ainda mais clara ao Brics no lado econômico financeiro”, disse Graça Lima.

O embaixador da África do Sul no Brasil, Mphakama Nyangweni Mbete, disse que, na reunião de cúpula, o seu país irá se oferecer para sediar a nova instituição. Questionado se o Brasil também se candidatava a sede, Damico afirmou que ainda não há definições.

Cooperação mútua

A cooperação entre os membros do Brics e reformas do sistema de governança do grupo também serão tratados na reunião de cúpula. “Em Fortaleza serão discutidos os próximos cinco anos do grupo, período em que o Brasil assume a liderança desse novo ciclo de atuação”, disse Graça Lima.

Segundo o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, como líder, o Brasil deverá fortalecer a cooperação econômica e comercial entre os membros. O embaixador chinês disse que os países do Brics são complementares e que o potencial de comércio entre os cinco países ainda não foi alcançado. “Acredito que com a melhora do mercado internacional os Brics vão voltar a crescer”.

No mesmo sentido, o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, disse que é preciso aproveitar o caráter complementar das economias dos membros. Ele apontou a modernização econômica dos países-membros como um dos desafios a ser enfrentado. Akopov afirmou, no entanto, que apesar da redução do crescimento econômico dos países do Brics nos últimos anos, o bloco “continua sendo uma das maiores locomotivas globais”.

A Conferência está sob responsabilidade do MRE, que, segundo Damico, fará licitaçõe. “Será um evento para mais de mil jornalistas, entre 800 e mil empresários e uma quantidade de delegados governamentais que a gente ainda não tem ideia porque depende da designação por parte de cada um dos governos”.

Fonte: O Povo Online (Jornal O Povo)