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Publicado em: 16/07/2014

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ATÉ 15 PROJETOS - Rússia apresentará parcerias com empresas brasileiras

A expectativa é que o anúncio ocorra já no próximo encontro dos chefes de Estado, no ano que vem

O conselho empresarial da Rússia no Brics quer anunciar, no ano que vem, uma série de projetos de infraestrutura a serem feitos por meio de parcerias com o Brasil. O maior país do mundo irá sediar, no ano que vem, a VII Cúpula do Brics e, de acordo com o membro do conselho russo de empresários, Kirill Dmitriev, será possível, na ocasião, apresentar até 15 importantes projetos conjuntos. As negociações já começaram a ser feitas com grandes companhias brasileiras e com instituições nacionais de fomento.

"Nós estamos conversando com algumas das maiores companhias do Brasil para ter a participação delas nos maiores projetos de infraestrutura na Rússia", afirmou Dmitriev, que é o CEO do Fundo Direto de Investimento da Rússia. Segundo ele, a ideia é que essas parcerias sejam feitas na construção de grandes estradas, pontes, entre outros projetos.

Além disso, ele acrescenta que vários empresários russos estão interessados em investir no Brasil, a exemplo de representantes de empresas de ferrovias e companhias de energia atômica. "Nós estamos trabalhando muito junto ao BNDES, entre outras instituições, e acreditamos que isso tomará provavelmente mais um ano para ter até dez, 15 projetos conjuntos realmente interessantes", adiantou Dmitriev.

"Eu penso que agora alguns projetos já foram anunciados, mas ano que vem a Rússia vai sediar o encontro do Brics e nós queremos, na ocasião, divulgar um maior número de novos projetos com o Brasil, e nós queremos que o Brasil esteja representado na Rússia com projetos lá, assim como companhias russas aqui no Brasil", pontuou.

Demais países

O empresário afirmou que também serão fechadas parcerias com os demais países do Brics, mas que estas serão mais numerosas com companhias brasileiras pelo fato de o evento estar acontecendo aqui, o que já possibilitou a realização de encontros empresariais.

Segundo ele, o interesse pelo Brasil se fortaleceu por conta do crescimento econômico nacional vivenciado nos últimos anos e especialmente pelo aumento da classe média brasileira, o que vem gerando uma grande demanda de investimentos. "Mas, para isso acontecer, é muito importante ter diversas estruturas nos Brics que possam ajudar. Uma delas é o banco de desenvolvimento, que está sendo criado, que vai ajudar a trazer financiamento para infraestrutura", destaca. "Isso é importante, porque todos os Brics querem mais infraestrutura para serem mais desenvolvidos", avalia.

Prospecção

O empresário russo afirmou que serão feitos grupos específicos no Conselho de Empresários do Brics para discutir projetos em infraestrutura e que as definições deverão tomar cerca de um ano. Dmitriev disse ainda que, além de Fortaleza, já visitou empresários no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, para prospectar negócios.

"Nós estamos interessados em projetos de infraestrutura, mas não estamos definindo nada específico por estados. As companhias de infraestrutura no Brasil têm muita experiência que queremos ter na Rússia, assim como há empresários russos que querem investir no Brasil, e nós acreditamos nas parcerias", justificou.

Crescimento sustentável

O representante do conselho russo destacou a necessidade de um crescimento sustentável para garantir o sucesso dessas parcerias. "Para isso, precisamos ter altas taxas de emprego e de produtividade. Nós todos queremos isso e o que temos que fazer são projetos de infraestrutura, porque estes criam muitas oportunidades de empregos. Mas também é preciso ter a garantia de que os empresários realmente serão permitidos a investir, porque, às vezes, o governo é muito forte e, algumas vezes, não permite que os negócios floresçam. Então, precisa crescer e ter emprego e, para isso, são necessários projetos de infraestrutura e de políticas governamentais favoráveis a isso", concluiu.

Sérgio de Sousa - Repórter

Conselho sugere criação do “Brics Portal de Negócios”

A segunda reunião do Conselho Empresarial Brics integrou as atividades da VI Conferência de Cúpula do Brics dessa terça-feira (15), em Fortaleza. Durante o encontro, os membros do grupo apresentaram a seus respectivos governos o Relatório Anual do Conselho Empresarial dos Brics 2013/2014 e se comprometeram a trabalhar em parceria com as comunidades de negócios dos cinco países. Entre as ações previstas, todas com foco no fortalecimento econômico, está a criação de uma plataforma online para a troca de informações sobre negócios.

A reunião foi liderada pelo presidente do grupo e da seção brasileira, José Rubens de la Rosa, e contou com a participação dos presidentes das seguintes seções: Rússia, Sergey Katyrin; Índia, Onkar Kanwar; China, Ma Zehua; e África do Sul, Patrice Motsepe.

O conselho apresentou aos chefes de Estado os seguintes propósitos: criar uma plataforma dedicada à troca de informações de negócios (Brics Portal de Negócios); apoiar e realizar feiras, exposições e fóruns dentro das nações que formam o Brics; lançar uma seção especial no site de cada um dos países para postar informações e propostas comerciais de parceiros de negócios e potencial joint venture negócios relacionados; promover o intercâmbio de negócios, comércio, investimento e produção para melhores práticas entre as empresas.

Recomendações

O conselho também recomendou aos governos de seus países a tomar medidas para: melhorar a logística e conectividade; promover a cooperação no desenvolvimento de infraestrutura; atingir os objetivos comuns de cada um no que diz respeito ao comércio; garantir a cooperação nos setores de mineração, energia e economia verde, produtos farmacêuticos, agro-processamento, incluindo serviços financeiros, tecnologia da informação, transportes, saúde e turismo, desenvolvimento das cadeias de agregação nas pequenas, médias e microempresas, desenvolvimento sustentável e de competências e transferência de tecnologia; além de promover e aumentar o comércio de valor agregado e de fabricação entre os países do Brics e das demais nações africanas.

Cada um dos capítulos do conselho identificou as principais indústrias, setores e projetos que precisam avançar no comércio, nos negócios e nos investimentos com os cinco países, incluindo toda a África. O grupo identificou, ainda, barreiras referentes à promoção do comércio, negócios e investimentos entre os Brics e fez recomendações para eliminar obstáculos e gargalos.

Perfil

O Conselho Empresarial Brics foi criado em março de 2013, durante a V Cúpula Brics, realizada em Durban, na África do Sul, para fortalecer e promover o desenvolvimento econômico, comércio, negócios e relações de investimento entre as comunidades empresariais do Brics.

Emergentes pretendem universalizar energia

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul desejam trabalhar juntos para universalizar o acesso à energia elétrica. O assunto foi tratado em reunião entre membros que representam os conselhos de negócios dos cinco países. A informação foi divulgada ao Diário do Nordeste</CF> pelo indiano Tulsi Tanti, presidente da Suzlon, quinta maior produtora mundial de aerogeradores.

Tanti integra a delegação da Índia e disse que, se houver cooperação e esforço entre os países que formam o Brics, é possível efetuar ações para garantir o abastecimento nas comunidades que ainda não contam com redes de energia elétrica, sobretudo em nações mais pobres.

“Mais de um bilhão de pessoas ainda vive sem eletricidade no mundo, um número muito alarmante, considerando que a energia é um serviço básico. O Brics pode, sim, levar esse serviço para as comunidades não atendidas”, afirma Tanti.

Crescimento industrial

O presidente da Suzlon também disse que, durante a reunião, os representantes dos conselhos econômicos discutiram sobre o crescimento industrial entre as cinco países emergentes, com a instalação mais fábricas em diversos setores. Também esteve na pauta a necessidade de uma relação mais estreita entre os empresários, com foco na cooperação e nas importações e exportações. “Mas, nossa grande prioridade é estimular o mercado de energia renovável. Os países do Brics possuem um grande potencial para negócios ligados a esse setor”, declara.

Etanol: Índia quer tecnologia local

A Índia está interessada em importar a tecnologia brasileira de produção do etanol. Os empresários indianos estão buscando oportunidades de negócios no Brasil para levar este conhecimento industrial ao país asiático. "Vocês têm larga tecnologia no etanol e nós temos que ver como podemos trabalhar juntos a favor da Índia", afirmou o presidente do Conselho de Empresários do Brics naquele país, Onkar Kanwar.

O Brasil é reconhecido mundialmente pelo seu pioneirismo na utilização do álcool combustível na sua matriz energética e hoje vem trabalhando na segunda geração do combustível, feito através do bagaço da cana-de-açúcar, que deverá chegar ao consumidor ainda este ano nos postos. Esta expertise vem atraindo a atenção de vários países, entre eles, a Índia.

De acordo com o empresário indiano, além desta oportunidade de negócio observada entre os dois países, estão sendo pensadas possibilidades de uma maior relação comercial com o Brasil na atividade agrícola.

"Vocês vão muito bem na agricultura, mas vocês estão mais relacionados com a China, e nós estamos sugerindo que mudem o foco, buscando parcerias, em alguns campos da agricultura, com a Índia. Assim, vocês passam a ter uma segunda opção, em caso de amanhã enfrentarem problemas com o mercado chinês", propõe o presidente do Conselho de Empresários do Brics da Índia, Onkar Kanwar.

Aeronaves

Outra possibilidade de negócio apontada por Kanwar é na construção de aeronaves, atividade que é destaque no Brasil através da Embraer, e na exportação de gás brasileiro à Índia. "Vemos muitas oportunidades de trabalharmos juntos", acredita. (SS)

Raone Saraiva - Repórter

Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)