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Publicado em: 11/06/2014

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Mercado eleva juros pela 12ª vez seguida e taxas superam valor acumulado da Selic

As instituições financeiras e o comércio em geral elevaram os juros sobre os empréstimos e compras financiadas, em maio, pela quinta vez no ano, resultando na 12ª alta consecutiva. Isto significou um comportamento diferenciado em relação ao do Comitê de Polícia Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que na sua última reunião manteve a taxa básica de juros (Selic) inalterada.

De acordo com o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, as correções revelam que o mercado procurou se proteger contra uma eventual piora das condições econômicas. Esta atuação preventiva também seria uma defesa contra uma possível nova subida da Selic, que acabou não acontecendo.

Com essas novas taxas, as pessoas físicas pagaram, em média, juros de 100,76% ao ano (a.a.), em maio, ante 100,31% em abril. Segundo a pesquisa da Anefac, enquanto a taxa Selic teve alta de 51,72% - entre abril de 2013 e maio deste ano -, quando atingiu 11% ao ano, o crédito à pessoa física aumentou 87,97%. Apenas uma das seis linhas oferecidas a esse grupo manteve-se estável: a do crédito rotativo. Mas é justamente a que tem as maiores taxas de cobrança, que chegaram a 10,52% ao mês, em maio, o que dá salgados 232,12% em 12 meses. Na virada do mês, os juros cresceram 0,02% na média, constituindo-se no patamar mais elevado de taxas dos últimos dois anos.

MAIS ELEVAÇÕES

No comércio, estava sendo cobrada taxa mensal de 4,62% e 71,94% a.a., ou 0,04 ponto percentual acima da taxa de abril - a maior correção registrada na comparação mensal. Evolução semelhante se verificou no caso do cheque especial , que cobrou, em média, juros mensais de 8,22% (158,04% no ano) - taxa mais alta desde os 158,61% que haviam sido registrados em maio de 2012.

Em relação ao Crédito Direto ao Consumidor (CDC) nos financiamentos para a compra de automóveis, os juros ficaram, em média, 1,12% mais altos, ou 0,02 ponto percentual a mais do que em abril. No mês, a taxa variou 1,8% para cima e, em 12 meses, se expandiu 23,87%. Para contratar um empréstimo pessoal nos bancos, o tomador teve que pagar juros de 3,41% ao mês (49,54% a.a.), com alta de 0,29% sobre o mês anterior. Esse mesmo tipo de crédito em financeiras custa mais do que o dobro; o cliente paga juros de 7,29% ao mês (132,65% ao ano), uma elevação de 0,14%.

As empresas enfrentaram elevações nas três linhas de crédito mais comuns. Na média, a alta foi 0,59% no mês, com taxa de 3,41% ao mês (49,54% a.a.), a mais elevada desde agosto de 2012. O dinheiro para capital de giro ficou 2,22% mais caro, com taxa de 1,84% ao mês (24,46% a.a.); no desconto de duplicada, ocorreu alta de 0,81%, com taxa mensal de 2,48% (34,17% a.a.); e sobre a conta garantida, houve alta de 0,34% em relação a abril, com taxa de 5,92% ao mês e (99,40% ao ano).

Fonte: O Estado Online (Jornal O Estado do Ceará)