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Publicado em: 09/12/2014

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Congresso pode concluir nesta terça votação de mudança no superávit primário

Congresso deve concluir, nesta terça-feira (9), a votação do projeto que altera a forma de cálculo do superávit primário (PLN 36/2014) . O texto principal foi aprovado na madrugada da última quinta-feira (4) depois de quase 19 horas de sessão. Ficou faltando, porém a votação de uma emenda (69), adiada por falta de quórum, já por volta das 5h da manhã. A sessão de hoje estava prevista inicialmente para as 12h, mas foi transferida para as 17h.

Apresentada pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), a emenda 69 tenta limitar as despesas correntes discricionárias (as que o governo pode decidir se realiza ou não) ao que foi executado na mesma categoria no ano anterior.

O PLN 36 altera a LDO de 2014 (Lei 12.919/2013) para, na prática, desobrigar o governo de cumprir qualquer meta de superávit neste ano. O superávit corresponde à economia para pagamento de juros da dívida pública.

O texto atual da LDO estabelece meta de R$ 116 bilhões, com a possibilidade de abatimento de até R$ 67 bilhões, referentes a investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias. Como o PLN 36 retira esse limite, o governo poderá abater todo o investimento do PAC e de desonerações, montante que já passa de R$ 130 bilhões.

Para a oposição, a medida libera o governo de cumprir as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), equivalendo a um "cheque em branco". Já o governo afirma que a mudança na lei evita cortes em áreas importantes e que, mesmo com a flexibilização, segue num esforço para fazer "o maior superávit possível".

O clima entre governo e oposição esquentou ainda mais com a edição pela presidente Dilma Rousseff de um decreto que permite a liberação de R$ 444 milhões para atendimento de emendas parlamentares. O texto, no entanto, condiciona os recursos à aprovação do PLN 36, o que levou oposicionistas a classificá-lo como uma chantagem.

Votação

Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que a votação desta terça deve ser limitada ao destaque da emenda 69. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), previu que, desta vez, a sessão do Congresso não deve se estender por mais de duas horas.

A pauta do Congresso inclui outros 31 projetos, que abrem créditos suplementares ou especiais para a União (cerca de R$ 2,2 bilhões) e remanejam ou destinam recursos a empresas estatais (cerca de R$ 4,6 bilhões).

Fonte: Agência Senado