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Publicado em: 09/01/2015

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IMPORTAÇÕES POSITIVAS - Balança comercial: déficit de US$ 1,5 bi no CE em 2014

Diferença, no entanto, não é encarada como ruim, pois maioria das compras tem relação com investimentos

A balança comercial do Ceará fechou 2014 com um saldo negativo de US$ 1,5 bilhão. No ano passado, os produtos exportados somaram US$ 1,4 bilhão, e os importados totalizaram US$ 3 bilhões. A corrente de comércio somou US$ 4,4 bilhões. Mesmo assim, o déficit não é considerado ruim para o Estado. Isso porque boa parte das mercadorias compradas do exterior está ligada a investimentos, a exemplo da construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no município de São Gonçalo do Amarante.

Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em dezembro último, a balança comercial cearense registrou déficit de US$ 14,3 milhões. Este, porém, foi o menor entre todos os saldos negativos de 2014, ano em que o Ceará só teve superávit no mês de junho, com US$ 65,4 milhões.

'Saldo negativo não é nada'

O déficit do ano passado (US$ 1,5 bilhão) foi 20% menor que o verificado em 2013, quando a balança comercial cearense fechou com um saldo negativo de US$ 1,8 bilhão. Em 2014, as exportações (US$ 1,47 bilhão) cresceram 3,5% na comparação com o ano anterior, em que as mercadorias vendidas para o mercado externo somaram US$ 1,42 bilhão. "Diferentemente do que ocorreu no Brasil, o Ceará ainda conseguiu incrementar as exportações em 2014. E o nosso saldo negativo, diante da situação da balança comercial brasileira, não é nada. Estamos importando muito material para a construção da CSP. Quando a siderúrgica estiver produzindo, nossas exportações começarão a saltar", diz Eduardo Bezerra, superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN) do Ceará, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Mais exportados

De acordo com o Ministério do Comércio Exterior, calçados de borracha ou plástico foram os produtos mais exportados pelo Estado em dezembro, totalizando US$ 19,5 milhões. Em seguida, aparecem outros calçados de plástico ou borracha (US$ 18 milhões); melões frescos (US$ 16,9 milhões); castanhas de caju (US$ 9,1 milhões); e couros e peles (US$ 8,7 milhões).

Em 2014, o Ceará vendeu mais para os Estados Unidos, lucrando US$ 24,9 milhões. Holanda (US$ 13,6 milhões); Espanha (US$ 7,6 milhões); Reino Unido (US$ 7,5 milhões); e Itália (US$ 6,7 milhões) também ganham destaque na lista.

Mais importados

Entre as mercadorias importadas, a hulha betuminosa (carvão mineral) aparece no topo, com US$ 14,2 milhões. Depois vêm construções e partes de ferro e aço (US$ 9 milhões); outros trigos e misturas de centeio (US$ 8,4 milhões); lâminas de ferro e aço (US$ 6,1 milhões); e outros óleos de dendê (US$ 5,9 milhões).

Os principal fornecedor do Estado foi a China, cujo valor dos produtos fechou em US$ 35,5 milhões. Em seguida, aparecem Colômbia (US$ 16,2 milhões); Argentina (US$ 11,5 milhões); Estados Unidos (US$ 10,6 milhões); e Alemanha (US$ 9,6 milhões).

No País, a balança comercial registrou um déficit de US$ 3,9 bilhões no ano passado. É o pior resultado anual do comércio exterior no Brasil desde 1998, quando o saldo negativo foi de R$ 6,6 bilhões.

Somente no mês passado, a balança comercial teve um superávit de US$ 293 milhões, o pior desempenho registrado para o mês desde 2000, cujo déficit foi de US$ 211 milhões.

Raone Saraiva - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste