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Publicado em: 15/05/2015

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ATÉ 31 DE MAIO - Brasileiro trabalha 151 dias para pagar tributos

O total de impostos pagos pelos brasileiros, somente neste ano, deve alcançar R$ 700 bilhões nesta sexta

São Paulo/Fortaleza. O período necessário para o brasileiro pagar toda a carga tributária que existe no Brasil é de cinco meses ou 151 dias. Isto significa que desde o 1º de janeiro até 31 de maio deste ano, todo o tempo de trabalho dos brasileiros será destinado somente para custear impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos. Há 20 anos, esse número correspondia a 106 dias, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Até às 8h de hoje (15), o total de impostos pagos pelos brasileiros, somente neste ano, deve alcançar R$ 700 bilhões, segundo estimativa do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O montante será alcançado 25 dias antes do que no ano passado, o que, segundo a entidade, aponta aumento da carga tributária no País, reflexo da inflação e da revisão de desonerações e incentivos.

Mudança

Já na madrugada de sexta-feira para sábado (16), o Impostômetro saltará para R$ 761 bilhões. A ACSP explicou que o aumento excepcional se deve a uma ampliação da base de dados utilizada, a partir de números oficiais divulgados pelo governo, que fará com que o painel do Impôstometro gire mais rapidamente. "Até agora, o marcador do Impostômetro avançava cerca de R$ 4 bilhões por dia. Agora, passará a avançar mais de R$ 4,4 bi (aumento de 10%)", afirma a associação em nota à imprensa.

Ainda de acordo com a ACSP, a atualização foi motivada pela recente mudança de metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com as novas fórmulas, os valores exibidos pelo painel passam a considerar novos dados de arrecadação de Imposto de Renda retido dos funcionários públicos estaduais e municipais, novas taxas e contribuições federais determinadas pela Lei nº 13.080/2015 (arrecadações de entidades e fundos como contribuições para o Sistema S, FNDE, Incra, DPC, Apex-BR e ABDI).

No Estado

Somente no Estado, até ontem (14), R$ 2,21 bilhões já foram pagos pelos cearenses em impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos. Em Fortaleza, o montante já superou a marca dos R$ 1,41 bilhão. Para se ter uma ideia, o valor arrecadado no Estado é o bastante para pagar 148 meses a conta de luz de todos os brasileiros, adquirir mais de 2.015.605 geladeiras simples, construir mais de 24.100 km de redes de esgoto, construir mais de 7.698 postos de saúde equipados, além de contratar mais de 137.712 policiais por ano e comprar mais de 1.108.583 TV's de led.

Na avaliação da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), a alta carga tributária do País representa um entrave para a criação e desenvolvimento de empresas brasileiras, principalmente as micro e pequenas.

"Esse é um dos principais fatores que motivam o fechamento de negócios e inviabilizam a abertura de novos, além de gerar consequências como dívidas e sonegação de impostos. É preciso encarar todos esses desafios para que as empresas garantam rentabilidade e se mantenham competitivas", ressalta o presidente da Fenacon, Mario Berti.

Fonte: Diário do Nordeste