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Publicado em: 05/08/2015

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Cenário econômico marca segundo dia da convenção da Abad

Três palestras chamaram a atenção, no dia de ontem, durante a 35ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor (Abad-2015), que será realizada até amanhã, no Centro de Eventos do Ceará (CEC). A primeira foi do ex-ministro da Fazenda e economista Maílson da Nóbrega, que falou sobre o cenário econômico nacional, afirmando que a matriz econômica implementada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi desastrosa para a economia do País.

“Estamos retomando o tripé macroeconômico, mas precisamos retomar o potencial de crescimento do País. O Brasil tem uma indústria complexa e diversificada, que sofre com a falta de logística e leis trabalhistas arcaicas. Temos um agronegócio forte e um sistema financeiro eficiente. Há um pessimismo exagerado no País, pois não somos uma Venezuela ou Argentina. Mas teremos de conviver com a mediocridade até o fim do segundo mandato da presidente, que terá o terceiro pior desempenho dentro da nossa história republicana”, disse.

Já Carlos Kawall, do Banco Safra, destacou que a desaceleração da economia chinesa e o provável aumento de juros nos Estados Unidos, colaboram para esta situação caótica no Brasil, que passa por um momento de desindustrialização. Os índices de confiança dos empresários, bem como dos consumidores, vêm despencando nos últimos anos e as vendas nos supermercados não crescem desde 2013, indicando uma estagnação do setor. “As vendas de móveis, eletrodomésticos, materiais de escritório, informática e construção têm caído.

A inflação em alta é outro ponto negativo do atual governo, além do endividamento das famílias. O grande calcanhar de Aquiles do momento é a política fiscal, que gerou um déficit primário este ano e o ministro Joaquim Levy não consegue resolver a questão, porque vivemos um problema estrutural. Isso gera a explosão da dívida pública. É preciso uma ampla reforma nos gastos públicos, para tentarmos recuperar a capacidade de investimento do País”, destacou o executivo.

E o titular da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz-CE), Mauro Filho, falou sobre a questão dos incentivos fiscais e da ‘guerra’ do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), afirmando que deverá ser aprovada a proporção de 7% para os estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, e de 4% para os demais da região Sudeste e do Sul do País. “A não ser que ao Sul e o Sudeste aceitassem o princípio do destino, que no mundo inteiro é aplicado, quem paga o imposto é quem compra. O ministro Levy está trabalhando para a fazer a convergência para 7% e 4%, pois não tem condição política e econômica para equalizar os percentuais. Isso eliminaria, por definitivo, a capacidade de se conceder incentivo fiscal no Brasil, que é o que o Sul e Sudeste querem. O argumento é que isso está gerando instabilidade para os empresários. A instabilidade se dá pela insegurança jurídica, pois se dá o incentivo e quer convalidar. Se resolver o problema da convalidação, morreu. Ee não acredito na repatriação de recursos e os empresários reclamam que a alíquota de 35% é muito elevada”, explicou Mauro Filho.

Fonte: O Estado do Ceará