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Publicado em: 19/01/2016

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Produção de petróleo recua 8,1% no Estado

Ceará só não teve resultado pior do que Bahia e Sergipe, cujas retrações foram 9,6% e 18,5%, respectivamente

Na contramão da tendência nacional, a produção de petróleo no Ceará caiu 8,1% no comparativo entre janeiro e novembro de 2015 e igual período do ano anterior, indo de 2,42 milhões para 2,23 milhões de barris. Em relação às Unidades da Federação que produzem o combustível fóssil, o Estado só não teve resultado pior do que os constatados na Bahia e em Sergipe, que tiveram retrações de 9,6% e 18,5%, respectivamente.

Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Levando-se em conta a mesma base de comparação, a produção nacional de petróleo teve crescimento 8,8% no País. O resultado positivo mais expressivo no Brasil foi registrado em São Paulo (58%).

A queda na produção cearense foi puxada pela retração nos campos de Atum, Curimã, Espada e Xaréu, situados no litoral do município de Paracuru, dentro da Bacia do Ceará. Os poços marítimos obtiveram resultados positivos no mês de janeiro (1,5%), frente a igual mês de 2014. Entretanto, acumularam quedas ao longo do ano, culminando na maior delas constatada para o período entre janeiro e novembro (-14,1%), quando foram produzidos 1,74 milhões de barris, frente aos 2,03 milhões fabricados em igual período de 2014. A produção em mar também já havia registrado queda de 15,66% entre 2013 e 2014, segundo dados do Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2015 da ANP.

O consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, avalia que a queda na produção se deu em função de reduções nas demandas de combustíveis. Especificamente em poços marítimos, há carência de investimentos suficientes para se obter resultados mais satisfatórios. "São poços fortemente produtivos, diferentemente dos poços de terra, mas não possuem a devida manutenção e atenção", salienta.

Terrestre

Em contrapartida, a produção de petróleo terrestre no Ceará, que é realizada na Fazenda Belém, situada nos municípios de Aracati, Icapuí e Jaguaruana, teve alta de 22,8% no comparativo entre os 11 primeiros meses de 2014 e de 2015, indo de 396,7 mil barris para 487, 3 mil barris. A produção terrestre do combustível do estado manteve uma trajetória de queda entre 2009 e 2013, mas conseguiu resultado positivo entre esse último ano e 2014 (8,05%), segundo dados do Anuário Estatístico, da ANP.

Com o intuito de recuperar a produção na Fazenda Belém, a Petrobras implementou o projeto de Desenvolvimento Complementar, que inclui a perfuração de 60 novos poços até este ano.

Entretanto, não há perspectivas positivas para a produção de petróleo em territórios cearenses no decorrer deste ano, tendo em vista que o Estado não está incluso dentre as preferências de investimento da estatal, que deve focar nas áreas do pré-sal, de acordo com Bruno Iughetti.

Questionada sobre as justificativas para a queda na produção cearense e sobre os resultados esperados para este ano, a Petrobras não concedeu respostas à reportagem até o fechamento desta matéria.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste