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Publicado em: 22/01/2016

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GERAÇÃO DE EMPREGOS - Ceará tem pior resultado desde 1998

Estado encerrou 33.411 vagas de trabalho com carteira assinada em 2015, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Indústria de transformação e construção civil tiveram as maiores perdas

O Ceará fechou 33.411 vagas de trabalho em 2015. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho. Com o resultado, o Estado apresentou o pior resultado de geração de empregos desde 1998.

O último registro de baixa nas vagas de trabalho ocorreu em 1998, quando o Ceará encerrou 7.460 empregos. No ano passado o setor que mais apresentou perdas foi a indústria de transformação, com total de 17.328 desligamentos, seguido da construção civil (11.892 demissões).

A queda da produção industrial cearense, além da baixa confiança do industrial para investir são as causas apontadas por Guilherme Muchale, economista da Federação das Industrias do Ceará (Fiec), para a retração do setor no Estado. “O cenário era esperado, tendo em vista que a produção industrial cearense caiu quase 9%. A queda (de empregos) representa 6,45% do total de vagas para o setor”, esclarece. Ele acredita, porém, que a partir do segundo semestre de 2016, ocorra uma melhora significativa da geração de empregos para a indústria. “Com a elevação das exportações, puxada pela ZPE (Zona de Processamento de Exportações) e os investimentos em energias renováveis, o Estado apresentará sinais positivos”, aponta.

No mês de dezembro do ano passado o Ceará fechou 10.120 vagas de emprego. Figuram no ranking da queda de empregos a construção civil (4.810), indústria de transformação (3.709) e o setor de serviços (1.748). “Em novembro atingimos um saldo de 22 mil desligamentos no ano. Com dezembro, a situação ficou preocupante e também surpreendeu”, disse Erle Mesquita, coordenador de estudos e análises de mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Segundo ele, dezembro é uma época de ciclos de demissões. No entanto, não houve compensação com a entrada dos trabalhadores temporários.

No comparativo entre estados do Nordeste, o Ceará figura na terceira colocação. Encabeçam a lista da retração de empregos Pernambuco ( redução de 89.561) e Bahia 75.286 empregos a menos. Quem perdeu menos vagas de trabalho na região foi o Piauí, com 2.275 desligamentos.

Nacional

O Brasil registrou a perda de 1.542.371 postos de trabalho em 2015, representando queda de 3,74% em relação ao estoque (número total de empregos formais) do ano anterior.

O estoque de empregos para o mês de dezembro do ano passado atingiu o total de 39,6 milhões, resultado inferior ao registrado em dezembro de 2014 (41,2 milhões) e de dezembro de 2013 (40,7 milhões). Os setores que mais registraram queda foram a indústria de transformação e a construção civil -608.878 e 416.959 vagas, respectivamente.

Os dados mostram que todas as grandes regiões do País reduziram o nível de emprego formal: Sudeste (-891.429 postos ou -4,09%), Nordeste (-254.402 postos ou 3,74%), Sul (-229.320 postos ou -3,08%), Norte (-100.212 postos ou -5,15%) e Centro-Oeste (-67.008).

 

Fonte: Jornal O Povo