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Publicado em: 16/05/2016

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Correios podem ter capital aberto

Casa da Moeda também está na mira. No entanto, Presidente interino precisa do aval do Congresso Nacional

Governo quer resolver problemas de estatais que estão praticamente quebradas. Os Correios, por exemplo, fechou 2015 com prejuízo de R$ 2,1 bi ( FOTO: KIKO SILVA )

O presidente interino, Michel Temer, tem a intenção de abrir o capital dos Correios e da Casa da Moeda durante o período em que está no comando do País. Ele, que assumiu o governo na última quinta-feira (12), entra com a promessa de redução da presença do Estado na economia nacional. Segundo informações divulgadas ontem no jornal O Globo, Temer deseja vender participações da União em estatais e em empresas privadas.

Para abrir o capital dos Correios, porém, Michel Temer vai precisar da aprovação do Congresso Nacional, onde tem uma base aliada muito maior do que a de Dilma Rousseff. O primeiro passo é reestruturar o plano de negócios da empresa, que teve prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015. Uma das ideias é dividir as áreas em unidades, como logística e encomendas, por exemplo, que poderão ser transferidas integralmente ao setor privado.

Segundo uma fonte da equipe econômica de Temer, a medida visa incrementar o caixa do governo, além de resolver problemas de algumas estatais que estão praticamente quebradas e necessitam de investimentos.

Além dos Correios e Casa da Moeda, outras 230 empresas do setor elétrico devem ter fatias vendidas por Temer. Também fazem parte do rol de ativos a Infraero, as companhias Docas, o IRB Brasil e a Caixa Seguros.

Empresa está na "UTI"

Ainda em 2015, o então novo presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, estimou um rombo de mais de R$ 900 milhões nas contas do ano, o que fez com que, pela primeira vez em 20 anos, a empresa fechasse o balanço no vermelho. Na época, ele chegou a dizer que os Correios estavam na "UTI", passando por situação de emergencial.

Uma das maiores críticas de Queiroz era exatamente a gestão de Dilma, que, segundo ele, represou por dois anos o preço das tarifas. "Precisamos emergencialmente aumentar essas tarifas. Você não pode ficar tanto tempo defasado. É a mesma estratégia que o governo usou com a Petrobras, com a energia. Hoje, estamos pagando a conta do passado", disse no ano passado.

Em 2014, para o balanço fechar azul, os Correios reverteram uma parte da provisão feita há seis anos, no valor de R$ 1,086 bilhão, reserva para cobrir déficits do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários da estatal. Assim, a empresa terminou 2014 com lucro de R$ 9,9 milhões, o menor da história.

Queiroz reconheceu que a empresa estava com serviços e produtos defasados. "Ainda não houve diminuição no número de postagens de cartas, mas a tendência é que a internet substitua a correspondência impressa, da conta de luz à carta de amor", disse. A primeira medida de Queiroz, aliás, foi sugerir ao governo o corte do próprio salário e dos vices da empresa.

Fonte: Diário do Nordeste