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Publicado em: 27/02/2014

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'Efeito Refis' faz Vale ter prejuízo de quase R$ 15 bi no trimestre

27/02/2014.

A Vale registrou prejuízo de R$ 14,868 bilhões no quarto trimestre de 2013, após assumir uma dívida de R$ 22 bilhões com o Refis, referente ao pagamento de Imposto de Renda de controladas no exterior.

A perda é maior do que a esperada pelo mercado e praticamente zerou os ganhos dos trimestres anteriores, levando a mineradora a um lucro de apenas R$ 115 milhões em 2013, contra um lucro de R$ 9,7 bilhões em 2012.

Excluído o efeito do acordo com o governo para adesão no Refis, a Vale teria obtido um ganho de R$ 26,47 bilhões em 2013 e um resultado positivo de R$ 3,7 bilhões no quarto trimestre –inferior ao registrado no terceiro trimestre (R$ 8,3 bilhões, usando o mesmo critério do chamado lucro básico, que desconta alguns efeitos atípicos). No quarto trimestre do ano passado, o lucro havia sido de R$ 7,95 bilhões.

Segundo a Vale, o impacto do Refis sobre o lucro líquido foi menor do que o estimado inicialmente em novembro, quando da adesão ao programa. Era esperado um efeito de R$ 20,7 bilhões, mas o real peso no balanço da mineradora ficou em R$ 14,8 bilhões em 2013.

A Vale disse que a adesão ao programa de parcelamento de débitos gerou uma "considerável" redução nos valores discutidos com a Receita sobre o imposto devido.

O prejuízo não foi mal interpretado pelo mercado, que vê o resultado negativo como pontual diante de uma despesa extraordinária, segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW. Na ocasião, o acordo foi bem recebido porque equacionava um problema que já se prolongava havia anos.

Apesar da previsão de prejuízo entre outubro e dezembro, as ações da Vale subiram no pregão desta quarta-feira 0,25% (ON) e 0,28% (PNA), num dia em que o Ibovespa fechou com queda de 0,25%. O resultado foi divulgado após o fechamento.

RECEITAS

No ano, a Vale registrou receitas de R$ 106,3 bilhões, 11,2% acima dos R$ 95,6 bilhões de 2012. A melhora se deu sobretudo pelo impacto positivo do câmbio nas exportações. A alta do dólar eleva em reais o valor das vendas feitas fora do país.

A mineradora vende metade do que produz à Ásia - só a China representou 38,8% das receitas no ano passado.

A Europa é responsável por 17,38% da receita da companhia. A região das Américas, onde o Brasil está incluído, responde por 17% e foi impactada pela piora do volume no país.

O Ebitda (indicador da capacidade de geração de caixa) ficou em 8,4 bilhões, 38% menor do que os R$ 13,6 bilhões de 2012.

 

Fonte: Folha de S. Paulo