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Publicado em: 27/02/2014

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APESAR DA INDEFINIÇÃO - Estado espera que obras tenham início neste ano

27/02/2014.

Questionadas e construiria a Premium II mesmos em sócios, a Petrobras não deu respostas objetivas

Mesmo com a falta de definições sobre a refinaria Premium II, por parte da Petrobras, o Governo do Estado mantém a expectativa de que as obras sejam iniciadas ainda neste ano. "Era isso o que estava dentro do cronograma e já está sendo feita a parte do cercamento", afirma o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede), Alexandre Pereira.

Conforme Pereira, o adiamento das operações da Premium II não compromete a vinda de empreendimentos que poderão compor um polo petroquímico no Estado. A instalação dessas empresas, acrescenta, deverá acontecer quando a refinaria já estiver próxima de operar. "Quando isso acontecer, mais importante até do que a refinaria vai ser esse polo petroquímico".

Parceiros

O presidente do Cede afirma ainda que o Governo do Estado tem participado da busca da Petrobras por parceiros que também atuem na instalação do empreendimento. "Já foram vistos vários possíveis parceiros. Não vai ser por falta de parceiro (que a refinaria não será construída)", salienta Pereira.

Questionada ontem se construirá a Premium II ainda que não sejam encontrados sócios, a Petrobras não deu nenhuma resposta definitiva, limitando-se a afirmar, através da assessoria de comunicação, que está "em discussão, com alto nível de maturidade, para a participação de sócios nas novas refinarias".

A reportagem também indagou que tipo de reestruturações deverão ser feitas nos projetos das refinarias Premium para viabilizar sua instalação. Sem se posicionar de forma objetiva, a empresa respondeu que "a estratégia de expansão do parque de refino considera parcerias nas refinarias planejadas".

'Está ficando insustentável'

Para o presidente do presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico do Ceará (Simec), Ricard Pereira, a falta de definições na instalação da refinaria pode prejudicar a busca por possíveis investidores. "O pior dos negócios para quem investe é a incerteza", aponta.

Ele destaca que a implantação da refinaria seria importante no cenário atual do setor, uma vez que o Brasil continua importando combustível para abastecer o mercado interno, ao mesmo tempo em que tenta conter a alta nos preços. "Essa situação acaba gerando um prejuízo que está ficando insustentável", ilustra Ricard Pereira.

Pressão

Segundo o diretor de Ciência e Tecnologia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Francisco Lima Matos, o setor produtivo também "deve cobrar dos líderes políticos que continuem pressionando" pelo início efetivo das obras da refinaria.

Matos afirma que a busca da Petrobras por parceiros representa um "instrumento correto" para viabilizar a Premium II, diante das dificuldades financeiras hoje enfrentadas pela estatal. "Isso (a expectativa de licitar as obras em abril) já é um passo importante. A gente precisa ter paciência, mas continuar atento e também pressionar", afirma.

Investimento para 2014 é de R$ 94 bi

Rio. A Petrobras prevê investimentos de R$ 94,6 bilhões em 2014, sendo 64% no segmento de Exploração e Produção. O número representa uma queda de 9% na comparação com o ano passado, quando os investimentos somaram R$ 104,4 bilhões, sendo 57% na área de exploração e produção.

Os números foram apresentados ontem pela presidente da estatal, Maria das Graças Foster, junto com diretores da empresa, durante teleconferência com analistas para detalhar os resultados da companhia em 2013, divulgados na última terça-feira (25) assim como os planos da Petrobras até 2020.

A produção de derivados neste ano será de 2.148 mbpd (mil barris por dia), aumento de 1% na comparação com 2013 (2.124 mbpd). A produção de diesel deve crescer 7%, para 908 mbpd. A produção de gasolina deve chegar neste ano em 408 mbpd, ante os 491 mbpd de 2013. A meta do Procop, programa de otimização de custos, neste ano é chegar a R$ 7,3 bilhões, ante os R$ 6,6 bilhões realizados em 2013. A meta do ano passado era de R$ 3,9 bilhões.

Os chamados programas estruturantes, grupo de iniciativas de redução de custos, otimização e desinvestimentos, nos quais estão o Procop e o Prodesin, geraram R$ 14,7 bilhões ao caixa da Petrobras em 2013. A maior parte foi capturada via programa de desinvestimentos (Prodesin), no total de R$ 8,9 bilhões. O Procop adicionou R$ 4,3 bilhões ao caixa da estatal.

Desinvestimentos

As operações de desinvestimento da Petrobras somaram US$ 7,3 bilhões em 2013. Desde outubro de 2012, foram concluídas 21 operações de desinvestimento, totalizando US$ 10,7 bilhões. Desse total, US$ 3,4 bilhões foram em 2012. Houve aumento de 115% entre o ano passado e 2012.

Bônus de Libra

O investimento maior do que o esperado feito em 2013, incluiu o pagamento do bônus de assinatura do prospecto de Libra, localizado no pré-sal e leiloado em outubro. "O bônus de Libra está nos investimentos. Esse valor não estava previsto nos investimentos (inicialmente)", disse Foster. A estatal investiu cerca de R$ 6,7 bilhões a mais do que o previsto inicialmente. O montante do bônus de Libra devido pela Petrobras era de R$ 6 bilhões.

Fonte: Diário do Nordeste Online